No P2 (do “Público”), de 21 de Junho, num texto de Alexandra Lucas Coelho (ALC) sobre o espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen:
“Portuguesa, inequivocamente cristã, é a poeta de um mundo pagão”, escreve ALC. Por causa da paixão pela Grécia e a antiguidade grega.
Na Grécia, Sophia toma banhos de mar, bebe vinho de resina “e quer ajudar as pessoas, como um jovem americano que precisa de boleia”, diz ALC. Porque “o amor cristão é prático e concreto, como na parábola do samaritano”, deixa Sophia escrito num caderno de viagens.
Em Pádua, Sophia escreve: “Toquei a minha aliança no túmulo de Santo António, comprei um vela e rezei pelo Francisco [Sousa Tavares], filhos e pela minha mãe”.
“Pagã-cristã, poeta e mulher de família, tudo isto nela parece coexistir com verdade”, resume ALC. Pagã de referências culturais, cristã de valores existenciais, diria eu.