Na «Sábado» de 9 de Junho de 2009, num texto sobre aventureiros que estiveram muito perto de morrer. Talvez as situações tenham explicações neurológicas, como adianta o escritor John Geiger. Mas não deixam de remeter para aquele velho quadro do anjo a ajudar a criança a atravessar uma ponte em ruínas.
“Filipe refugiou-se em Deus para vencer a montanha. Mas há casos diferentes. Várias pessoas que estiveram entre a vida e a morte relatam o aparecimento de uma força misteriosa que os ajudou a sobreviver. O norte-americano John Geiger juntou os testemiunhos no livro «Factor Terceiro Homem», publicado há poucas semanas.
Ron DiFrancesco, corretor do mercado bolsista, estava no 84.º andar da torre sul do World Trade Center quando o avião da United Airlines embateu no edifício, a 11 de Setembro de 2001. Ao tentar descer as escadas, foi barrado por uma parede e por uma nuvem de fumo no 80.º piso. Sentiu que alguém o chamava: “Levanta-te! Tu consegues!”, ouviu. “Não era só a voz, também senti uma presença física”. O corretor diz que “um anjo” o encaminhou por entre o fogo e o fumo, indicando-lhe a saída. Foi a última pessoa a sair com vida da torre sul, segundos antes do desabamento.
O lendário explorador da Antárctida Ernest Shacleton também escreveu que foi guiado por um “terceiro homem” na sua cruzada impossível pela cordilheira gelada da Geórgia do Sul, em 1916. E o americano Joshua Slocum, o primeiro explorador a concretizar uma viagem de circum-navegação solitária em 1895, referiu a sensação de que tinha estado “na presença de um amigo e marinheiro experiente” que comandou o barco nas 48 horas em que esteve imobilizado”.