e) há, enfim, a solução que propõe que se considerar a dissolução do vínculo por "morte" também como extensível à hipótese de "morte do vínculo". Na tradição oriental, essa leitura é possível graças a uma interpretação das "exceções matianas" [referentes ao Evangelho de Mateus] entendidas como verdadeiras exceções. A possibilidade de assumir essa leitura também no Ocidente, no entanto, não é totalmente pacífica.Como disse o outro, é eterno enquanto dura.
Por outro lado, noto que um mal-entendido geral perdurou no sínodo - julgo eu, mas não acompanhei o sínodo com a devida atenção. As pessoas, desde a revolução industrial, casam-se por amor. Antes disso, casavam-se por outros motivos (a escolha dos pais, as questões do património, a obrigação de descendência). Casavam-se e depois talvez surgisse o amor. Se não surgisse, também pouco importava. Hoje casam-se por amor e desejo. Manda a paixão. E enquanto dura a paixão, tudo suportam. Quando acaba, é que pode passar a mandar a vontade. No fim, manda a vontade. E por isso muitos não se separam, mesmo que não se amem. Antes, no princípio mandava a vontade. É com base na vontade que existe todo o processo de casamento católico e toda a teologia sacramental matrimonial da indissolubilidade. Esta discrepância entre a mentalidade comum e a história da Igreja é a fonte de todos os equívocos. Só a alínea e) do artigo de Gillo a pode ultrapassar.
Ao que interessa: O artigo pode ser lido aqui.
1 comentário:
Claro. Quando não se casa por amor mas por paixão, não há dificuldade que resista. Mas não se casando por amor, há (ou houve) algum vínculo?
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