sábado, 22 de março de 2014

A arte de Ana Jotta não emita a vida, "sampla" a arte

No “Público” de hoje, fala-se de Ana Jotta, que venceu “o mais relevante prémio de artes plásticas nacional”, o Grande Prémio EDP.

Ao ver uma das suas obras, que a seguir reproduzo, a partir do que o matutino apresenta…




…lembrei-me logo desta pintura de Philip Guston (1913-1980), que há tempos por aqui andou a propósito de Philip Roth.


Estranhei. Mas a explicação vem na notícia:
A arte de Ana Jotta não imita a vida, é uma manifestação de um modo singular de viver, escreveu em tempos João Fernandes: "Referências da história da arte misturam-se com referências da cultura popular do século XX numa permanente reciclagem." Velázquez, Mondrian, Paul Klee, Edward Hopper, Mike Kelley, Stuart Carvalhais, Tom, Vilhena, Bill Watterson, imagens de livros de colorir, calendários, pintura vernácula… Os processos de Ana Jotta começam com a artista como respigadora das mais diferentes realidades plásticas para culminar num trabalho de "samplagem" derrisória em que os mais diferentes elementos ganham nova vida.
Está explicado. Samplagem. Artista respigadora. Ok. "A arte de Ana Jotta não emita a vida", emita a arte. Não tenho mais comentários.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ctrl + A, Ctrl + C, Ctrl + V = Obra de Arte; parece os miudos da escola a copiar a Wikipedia.

Anónimo disse...

Já parece o Tolentino Mendonça.

Suavytatys disse...

A sua crítica parece-me referir-se apenas aos aspectos formais da obra. Desse ponto de vista, talvez seja como os putos da escola, embora apenas a imagem que se apresenta no final seja semelhante à pintura de Guston, pois o processo de feitura e o objecto final não têm absolutamente nada a ver.
Há algo a perceber também, que a Ana Jotta claramente entendeu e transmite: a arte nunca (ou sempre) é inteiramente original. Todo o artista tem uma espécie de legado histórico, e é isso que quer dar a ver. Pode também estar presente alguma simbologia referente à obra de Guston (não sei).
E para si não faz a arte parte da vida? Para mim é tudo o mesmo. Mas compreendo a sua perspectiva, no entanto, tente compreender as outras. Alguns artistas de facto estão um pouco na berra sabe-se lá porquê, de facto. Mas no caso da Ana Jotta, é preciso ir um pouco mais fundo, porque faz todo o sentido. E não me venham com "isto também eu fazia" porque a obra de um artista é feita de um conjunto imenso de trabalho e pensamento. Não é uma "imitação do philip guston". É preciso conhecer; se tem o interesse de criticar, tenha primeiro o interesse de conhecer.
Uma semana feliz.

Francisco Craveiro de Carvalho disse...



Numa qualquer actividade cientifica isto seria considerado pura e simplesmente plagio.

Quando Laura Peixoto fala em que "a arte nunca (ou sempre) é inteiramente original. " falta-lhe acrescentar que a a de AJ não é nada oroginal.

quanto a " Velázquez, Mondrian, Paul Klee, Edward Hopper, Mike Kelley, Stuart Carvalhais, Tom, Vilhena, Bill Watterson, imagens de livros de colorir, calendários, pintura vernácula… " é curioso que nao aparece PG.

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