segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Apócrifos

Ontem ouviu-se nas missas: “Maridos, sede submissos às vossas esposas, como convém no Senhor. Esposas, amai os vossos maridos e não os trateis com aspereza”.

10 comentários:

Anónimo disse...

Em quais?

Jorge Pires Ferreira disse...

Foi eu que ouvi. Não quer dizer que tenha sido dito assim.

Anónimo disse...

Jorge a coisa nao é dita como você diz mas na realidade só um ignorante ou um fundamentalista emparedado é q nao entende q o significado é igual das duas formas, até os 'conservadores' tão ' atrasadinhos' entendem e concordam consigo (descontando os realmente atrasadinhos)
jacome

Helena V. disse...

Depois de andar a fundar comunidades cristãs, dizendo (e escrevendo) que não havia homem e mulher, etc, S. Paulo terá assistido ao que supostamente acontecia nestas primeiras comunidades cristãs: a participação plena das mulheres, com um jeito diferente do dos homens, há de ter perturbado alguns espíritos, inclusivamente o do próprio S. Paulo. Assim, quem sabe nalgum momento mais extremo de dificuldade em lidar com isso, S. Paulo tenha formulado aquilo que lemos no domingo passado. Era um homem muito inteligente, vivo e com um grande dom retórico, aqui claramente presente.
Assim entendida, esta passagem, como muitas, não será para ser lida como ditando uma norma de conduta, mas sim como amostra da condição humana que informa as comunidades cristãs. Só nesse sentido nos poderá apontar para o que seja uma "norma de conduta": ao colocar-nos perante a dimensão de humildade que devemos ter nesta construção permanente e necessariamente deformável (aberta à novidade)daquilo que é o caminho que comunitariamente façamos. Isto, entenda-se, à escala de qualquer das comunidades que integramos: desde a familiar à da humanidade, passando pela das comunidades cristãs e a da Igreja que constituamos.
Como mulher e conhecendo alguma coisa desta dualidade que somos (mulheres e homens), acho que entendo o que movia S. Paulo nesta ocasião e que, se não fosse o que a tradição cristã subsequente daí inferiu e impôs às mulheres e aos homens, até me enterneceria e acharia graça.

Anónimo disse...

Depois de ter passado a vida a fundar comunidades alicerçadas na ideia errada de que os varões e as fêmeas são capazes do mesmo, São Paulo abriu os olhos e voltou atrás. Obrigado, São Paulo!

Helena V. disse...

Sim, caro anónimo das 6:58. Para tudo há duas leituras: uma estreita e outra larga. Gosto sempre de optar pela larga, que intuo seja a mais bondosa. :-)
O meu nome é Helena. E o seu?

Anónimo disse...

Maria Eduarda.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Amaro Correia disse...

pois, o 'pecado' do feminismo.
quer dizer, já pensastes se o texto não pretende concorrer para uma proposta de submissão recíproca, do homem à mulher e da mulher ao homem.

daqui a nada estais a pedir 'padras'.

jac

Anónimo disse...

Julgo que todos sabem, mas nunca é demais relembrar que os textos bíblicos não são para ser interpretados literalmente, desenquadrando-os do seu contexto histórico. Neste texto S. Paulo segue as normas sociais de então contudo logo a seguir rompe com as mesmas ao dizer “Maridos, amai as vossas esposas e não vos exaspereis contra elas.”, Desta forma S Paulo põe a mulher ao mesmo nível do marido nesta relação igualitária a mulher deixa de ser propriedade do marido que ele trata como quiser (pratica social de então, recordem que na antiguidade as mulheres e crianças eram cidadãos de 2ª). São Paulo dignifica a mulher e isso faz desta carta, um texto bonito…

Ismael

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