quinta-feira, 11 de julho de 2013

A nossa imagem e semelhança?

Há que levar a sério o Jesus histórico, se não quisermos construir Cristos segundo as nossas próprias imagens.

J. Cone

9 comentários:

Anónimo disse...


Quem é o Jesus histórico? Os Evangelhos apenas descrevem o Cristo da fé... Se "descascarmos" todas as camadas das narrativas evangélicas não encontramos absolutamente nada de nada sobre um Jesus histórico.

Pessoalmente aceito a existência do homem Jesus. Mas acredito, (até que me provem o contrário), que toda a narrativa neo-testamentária não passa de uma construção (ou várias construções),elaborada sobre essa figura de uma forma calculista pela igreja nascente, ou de uma forma ingénua por alguns bem intencionados.

Todo o percurso de vida de Jesus narrado nos Evangelhos, é decalcado quase ponto por ponto de outras figuras mitológicas de outras culturas. Basta consultar um bom dicionário de mitologia, ou de história das religiões.

Como eu costumo dizer, a religião é útil para quem não consegue assumir uma humanidade plena, e necessita de uma muleta que sublime as suas frustrações dando-lhe uma perspectiva de um "além" repleto das coisas boas que por incapacidade ou pouca sorte não consegue obter nesta vida.

Além disso, a religião também é útil a alguns, (que até são muitos), que, não querendo assumir uma vida produtiva, acabam por ir parasitando piedosamente os pobres de espírito. (olhe-se para o que se passa em Fátima na igreja católica, ou nos famigerados dízimos nas igrejas evangélicas).





Anónimo disse...

Na primeira linha do comentario, "apenas descrevem o Cristo da fé", estava perto de alguns sectores da Igreja que defendem o Jesus da Fé, o Ressuscitado, e se esqueceram desde ha muito do Jesus homem, historico. Mas, nao vai ser em esperar que lhe "provem o contrário" que se vai encontrar com o Jesus da Fé. Porque o que deve fazer é procurar o Jesus historico (aqui neste blog ha muitas pistas de teologos, historiadores que o podem ajudar a procurar) e esse sera o primeiro passo para o encontro com o Ressuscitado. Procure, nao deixe de lutar pela Verdade, vejo que ja procurou e andou "inquietado", nao se deixe ficar pelos parasitas, por Fatima, pelos evangelicos, pelo dinheiro, pelos milagres e essa igreja. Procure mais e aceite a Igreja tal como ela é, como um casa em construcao, enraizada na Rocha que é o Jesus (Historico e Ressuscitado). Vai ver que o Caminho nao é facil, mas a Verdade nao é dada, tem de se lutar por ela, para que ilumine a sua Vida, a luz da Cruz e Pascoa. E continue a ler sobre Jesus, as suas comparacoes com os Deuses Egipcios, com os da Asia, pergunte-se porque era assim tao importante que as primeiras comunidades identificassem uma ligacao com David, e o que seria a autoridade de Jesus, como se justificava a sua autoridade nos ensinamentos. Continue que esta no bom Caminho, mas nao se perca com coisas menores como os parasitas...

Anónimo disse...

Aí está o movimento lançado por frei Bento a lançar as suas sementes na mente de pessoas totalmente impreparadas para falar do que quer que seja acerca dos evangelhos. Mas deixo aqui um desafio aos mitólogos: mostre o que na vida de Jesus está decalcado na vida das figuras míticas com citações de fontes em primeira mão (e não textos sobre textos acerca de possíveis textos) dessas mesmas figuras. Vamos a isso?

Anónimo disse...

Hellooooooo... então essas fontes? onde estão essas fontes? hellooooooo... é que tirar ideias malucas de uma qualquer folha A6 que malucos colocam no para-brisas não é grande coisa em termos de rigor...

Anónimo disse...


Para o anónimo das 10:23AM:

Eis a verdade sobre o Jesus "mitico"

http://www.gotquestions.org/Portugues/Jesus-mito.html

JMC

Anónimo disse...

JMC, correcto!

Anónimo disse...

Caro anónimo das 10:23 AM, O Jesus histórico existe mesmo e pode encontrar provas da sua existência em documentos históricos não religiosos. Sugiro-lhe por exemplo Flávio Joséfo um dos mais importantes historiadores da antiguidade e contemporâneo de Jesus, mas encontrará outros. Esta existência é do ponto de vista histórico incontestável, tão incontestável que mesmo o tempo passou a contar-se como antes e depois de Cristo (palavra grega que quer dizer ungido/messias). Que se saiba não existe nenhum documento que prove a existência dos deuses antigos/mitológicos para lá do mito, quando queremos saber a verdade devemos ter um espírito crítico e procurar no sitio certo, as informações que abundam na “literatura” valem o que valem e, não passam de técnicas de marketing para vender livros, pois tal como Zaqueu a humanidade continua expectante.

Falar do Jesus da fé levar-nos-ia a “um tratado” o que não cabe neste espaço, contudo deixo-lhe algumas dicas. Não deixe nunca de procurar, procurando certamente irá encontrar. A fé não é o fim da busca é meio para… não espere encontrar certezas mas sim duvidas, pois com uma resposta virão mais duvidas, mas ter fé e querer saber a verdade é sentir um inquietude que nos impele a quentinhas e descobrir mais e mais…

Falar da religião “ir parasitando piedosamente os pobres de espírito. (olhe-se para o que se passa em Fátima na igreja católica, ou nos famigerados dízimos nas igrejas evangélicas).” Não é de todo correcto pelo menos para o catolicismo – não posso falar em nome das evangélicas pois não conheço mt bem essa realidade mas certamente não se aplica ás evangélicas tradicionais, certamente poderá aplicar-se a algumas neo-pentecostais – apenas lhe digo uma das frases do Jesus histórico (que agora já sabe que existiu) “ Bem Aventurados os pobres em espírito porque deles é o reino dos céus! E já agora diga-me qual dos deuses antigos proferiu tais palavras?

José Pinto

Anónimo disse...



Muito gostava eu de saber se alguém me pode indicar quais as palavras de Jesus, que de facto foram proferidas por ele, e quais as que foram proferidas pela igreja e colocadas na boca dele...

Se Jesus é tão histórico assim, (eu reafirmo que acredito que ele existiu), e se se pode descartar tão facilmente toda a colagem cultural e mítica, também deve ser possível destrinçar entre o que realmente ele disse do que o fizeram dizer.

É que o que a igreja o fez dizer acaba por ser uma construção literária sobre uma personagem real que se calhar em termos históricos foi porventura muito diferente daquilo que o fizeram ser. Não é por acaso que o Jesus histórico é diferente do Cristo da fé. Certo? Senão não havia esta distinção.

Assim, acabamos por estar sempre face a uma construção, e não sabemos de facto o que é real e o que é ficção.

Acaba por ser uma questão de fé, mas de fé em quê? até que ponto os cristãos têm fé numa personagem que de real se sabe o mínimo, sendo tudo o resto adorno literário, religioso e construção teológica?

Anónimo disse...

Caro anónimo das 9:48 PM, em primeiro lugar o Jesus histórico é o Jesus da fé, quem faz distinção não são os cristãos, mas sim quem não podendo negar a sua existência não acredita na sua mensagem.

As palavras que Jesus pronunciou como é óbvio não estão todas compiladas, mas somente as que nos chegaram através dos evangelhos. A igreja não tem nem teve necessidade de as inventar, também não nos obriga a acreditar, “acredito porque acredito”, está redigido por vários redactores, está na tradição oral. As afirmações proferidas por Luís XIV, as atribuídas ao faraó Akhenatón, ou (exemplo melhor) as atribuídas a Sócrates não são contestadas, porquê contestar as atribuídas a Jesus? A ferramenta utilizada para validar umas é a mesma que valida as outras, agora acredita quem quer…
Os cristãos sabem pois em quem acreditam e no que acreditam, sabem que o antigo testamento se realiza no novo e, que o novo só é bem compreendido quando complementado no velho. As “construções teológicas” também ajudam a compreender pois nas questões de fé há sempre “duvidas” e a teologia ajuda a dissipação das mesmas, na maioria dos casos faz nascer outras, mas é assim que o pensamento evolui e se fica mais perto da verdade. Nas ciências exactas passa-se o mesmo, resolve-se um problema mas surge outro em seguida, nas ciências biomédicas a mesma coisa… resta-nos pois fazer o percurso que desejarmos…

José Pinto

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