sexta-feira, 8 de março de 2013

Os cardeais não se entendem

Os cardeais não se entendem. É o Vatileaks, a pedofilia, o dinheiro, o ecumenismo, o segredo e a transparência, o evangelho e os escândalos. E sabe-se lá que mais. Bento XVI saiu de repente e o ato deixa a descoberto a barafunda da cúpula eclesial. E antes de sair perdoou Paolo Gabriele, que, também se diz, fez um grande bem à Igreja. Estará o Espírito Santo a pairar sobre o caos, como nas primeiras páginas do Génesis. Virá aí um novo Pentecostes? Uma Cúria  Romana 2.0? Os cardeais não se entendem. É capaz de ser bom.

Às 12:53 alterei "Igreja 2.0" para "Cúria Romana 2.0".

6 comentários:

Anónimo disse...

O Espírito sopra onde quer...

Mas duvido que paire sobre eles. Como evangélico que sou, respeito a igreja católica, mas não sinto a mínima empatia por todo este folclore feito de batinas, sapatos vermelhos, (ou castanhos),rendas, soberba, helicópteros, castelos, altivez, e gente viciada em pouco ou nada fazer...

Agora não há Papa...e depois? Desde que haja Cristo é o que basta.

Nota: Admiro a organização do Ano Litúrgico do catolicismo.

Os meus cumprimentos

JMC

Jorge Pires Ferreira disse...

Caro JMC,

obrigado pelo comentário. Eu também admiro Lutero, Calvino, Wesley e outros, principalmente os grandes teólogos protestantes mais recentes como Barth, Pannenberg, Tillich, etc.

E não tenho a mínima empatia por

"este folclore feito de batinas, sapatos vermelhos, (ou castanhos),rendas, soberba, helicópteros, castelos, altivez"...

Mas não concordo que seja gente viciada em pouco o nada fazer.

No geral, é gente interessa no bem da Igreja e da humanidade.

Com tais vezes, parecem saídos de museus, mas enfim. Esperemos que seja só o invólucro.

Por outro lado, o catolicismo não vive sem Papa. Precisamos de Papa. Mesmo que nome papa seja pouco evangélico ("não chamei a ninguém pai...").


Euro2cent disse...

> Eu também admiro Lutero,

Oh, pois. Eu ainda aprecio mais os descendentes intelectuais dele, Rousseau, Marx, Lenine, Mao, Pol Pot.

"As ideias têm consequências", como eles dizem, e as semeadas pelo camarada Lutero provávelmente mataram mais gente do que a peste e a gripe.

Mas pronto, acabemos com os sapatos vermelhos. As coisas importantes primeiro.

Jorge Pires Ferreira disse...

Escrevi:

Com tais vezes, parecem saídos de museus, mas enfim.

Mas o que queria dizer era

Com tais vestes...

Caro Euro2cent,

o seu raciocínio revela a velha falácia de pensar que só por ter parentesco é causa e só por vir antes já é causa.

Nessa ordem de ideias, sendo Lutero tão influenciado pro Santo Agostinho, Agostinho é o culpado da Revolução Cultural chinesa, que tanta gente matou, dos gulags e dos campos de concentração.

Mas esquece-se, por exemplo, que os reformados Bonhoeffer e Barth foram dos mais destacados opositores a Hitler e aos nazismo (embora outros luteranos, e muitos, apoiassem Hiler, tal como alguns bispos católicos).


E, já agora, quem influenciou mais Marx, Lutero ou Amós e os profetas bíblicos? E só por isso eles são culpados dos desmandos do comunismo? Há com cada uma. Esse tipo de raciocínio desresponsabiliza precisamente os culpados.

Jorge Pires Ferreira disse...

JMC,

sobre o papado e os não católicos, com notas históricas para o caso de Lutero, gostava de lhe sugerir a leitura deste artigo:

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/518269-roma-e-ilimitadamente-reformavel-jesus-nao-instituiu-o-papado-afirma-otto-hermann-pesch

cps.

Anónimo disse...

Caro Jorge;

Agradeço o link.

JMC

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