domingo, 10 de março de 2013

José Augusto Mourão: “Nas fronteiras deste mundo”

Deus nas fronteiras deste mundo,
Deus que cruzamos como as sombras,
dá-nos um corpo de desejo
e um ouvido de começo,
fica connosco Deus que passas
e nossas mãos te larguem,
Deus confundido com a sede,
e as palavras que dizemos,
vem alterar o nosso corpo,
vem confundir a nossa fome,
Deus da palavra,
flor do vento,
manhã que vem em Jesus Cristo.

Dê-te prazer o nosso canto,
Deus das manhãs azuis e rosa,
que o nosso corpo te anuncie qual fonte, rio ou chaga aberta,
que nossas mãos persigam o teu passar escondido.

Deus invisível para os olhos,
palavra solta, luz que passa,
é neste tempo que dizemos o claro escuro do teu nome,
onde é secreta a tua face e o teu passar adivinhado.

José Augusto Mourão (1947-2011). Poema deixado aqui por Helena Valentim, a quem agradeço.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei de ler isto, e creio que o Jorge também gostará:

the Vatican’s Congregation for the Doctrine of the Faith has declared that the book Jesus: An Historical Approximation by Fr. José Antonio Pagola contains “nothing contrary to the faith”. The CDF did cite possible “dangerous omissions and ambiguities”, and said the book should not receive an imprimatur, but it also said that Pagola had “responded satisfactorily” to their concerns.

Jorge Pires Ferreira disse...

Sim, obrigado. Tinha lido a notícia e preparo-me para escrever algo sobre isso.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...