Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sinodalidade e sinonulidade
Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...
-
Não precisei de ler São Paulo, Santo Agostinho, São Jerônimo, nem Tomás de Aquino, nem São Francisco de Assis – Para chegar a ...
-
Dostoiévski (imagem retirada daqui ) Dostoiévski escreveu em “ Os Irmãos Karamazo v ” :“Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. A fra...
-
Gosto das catequeses de Bento XVI, daquelas que começaram nos Apóstolos e continuaram pelos grandes teólogos, mas só até Afonso Maria de ...
16 comentários:
... 'tadinha. Mais uma que engoliu as patranhas jacobinas todas - "lock, stock and barrel", como dizem os anglo-saxónicos - e não fica contente enquanto não formos todos iguais como as bactérias, e igualmente cultos.
Quer dizer, nada de estranhar no orgão oficial do Bloco de Esquerda.
Deixo uma imagem, partilhada neste dia 8 de março por uma amiga. É uma pintura, de autor anónimo, de cerca de 1540-50, que está em Guimarães, no Museu Alberto Sampaio. Representa a descida do Espírito Santo, também sobre figuras femininas... Muito interessante. De um jacobino avant la lettre?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pentecostes_-_autor_desconhecido.jpg
Nem uma palavras sobre o tratamento das mulheres no Islão? Nem uma? Perde todo o seu crédito...
Era o que faltava. Tinha de falar do islão? E do hinduísmo, por causa das que se imolam quando os maridos morrem? E das práticas tribais? E da Antiga Roma? E do zoroastrismo? Tinha de falar de tudo para não dizer nada? Velha técnica para quem não quer avançar em nada.
Caro anónimo. Se há, nos dias de hoje, um problema universal com o tratamento face às mulheres, esse está no Islão. Não há que ignorar. Esse Islão que está entre nós.
Caro anónimo (2:21 PM)… existem muitas formas subtis para se tecer certas espécies de “burkas” que alguns ainda teimam em vestir às mulheres das sociedades judaico- cristãs… apontar o exemplo “islão” é uma boa “tentativa”, (é claro que carrega infelizmente muita verdade sim..!).. mas ainda assim, tal realidade não esconde uma outra realidade gritante e escandalosa nas nossas sociedades cristãs! Meu caro anónimo, sabe, há um outro “islão” (para usar a sua fórmula) muito pouco falado mas também tão destruidor e maligno que está profundamente enraizado e tão presente entre nós, e olhe que não é só a sociedade laica, muitos grupos ditos “cristãos” também não estão nada inocentes no tema! Certamente que é terrível essa forma de olhar e tratar a mulher como o fazem muitas sociedade islâmicas radicais, mas entre um lado e outro, que venha o diabo e escolha! A verdade é que tanto um como o outro, são profundamente corrosivos e destruidores da dignidade da mulher…!
Peter
Caro Peter: é verdade que entre nós há muito mal feito às mulheres. Concordo consigo. Mas:
a) este texto é sobre o "dia internacional das mulheres" e não "dia português (ou ocidental) das mulheres" e 1/5 das mulheres do mundo são muçulmanas; não falar destas é trair a intenção deste dia, por mais que as demais denúncias sejam acertadas (só perdem por serem obtusamente cegas do que nos rodeia mais amplamente);
b) o cristianismo (foi você que pôs este em debate) sanciona, como faz o islão mais ortodoxo:
b.1) a violência contra as esposas que não desejem ter relações sexuais com os seus esposos?
b.2) a diminuição ontológica (não prática ou de missão, mas a nível do próprio ser) das mulheres face aos varões?
b.3) a relação sexual com meninas pré-pubescentes?
etc.?
Quer responder-me a estas questões?
Caro Anónimo (1:20 PM), o tema em causa não se reduz a espaços geográficos, sociais e temporais, e a gravidade da situação não se reduz nem se avaliza aqui a partir das “quantidades”…! Mesmo que se tratasse apenas de um episódio e envolvesse nem que fosse só uma mulher, esse seu “mas” que reconhece o que apontei ainda que colocado na balança das supostas “traições e cegueiras”… deixa de ter sentido, não pode ter mesmo, ai sim, seria trair a identidade, unicidade, singularidade e o valor sagrado da pessoa humana, seja ele homem ou mulher…! Sobre as 3 questões que me dirige, a economia do espaço limita-me, mas apontarei apenas alguns “detalhes”, até porque a minha intenção não é a polémica mas sim contruir-abrir diálogos para o bem…!
Pergunta-me o caro: b) o cristianismo (foi você que pôs este em debate) sanciona, como faz o islão mais ortodoxo:
b.1) a violência contra as esposas que não desejem ter relações sexuais com os seus esposos?
Sabe, há muitas formas de “violência”… vou citar-lhe aqui só este exemplo entre muitos até para perceber que não estou imbuído de parcialidades nem numa espécie de cruzada a favor das mulheres… aqui o que me “importa é o ser humano, o Amor não tem género, Deus que é Amor ama sem fazer essas “distinções” humanas…! Que me diz por exemplo sobre o Sacramento do Matrimónio onde as pessoas que se tornam incapazes de ter uma relação sexual acabam por ver o seu casamento invalidado dando espaço (imagine-se o absurdo) até à anulação de algo que é considerado Sagrado e indissolúvel…! (Cân. 1084 § 1. A impotência para copular, antecedente e perpétua, absoluta ou relativa, por parte do homem ou da mulher, dirime o matrimónio por sua própria natureza.) …! E olhe meu caro, aqui não se trata de “desejar” ou não “ter relações sexuais”…! Ainda estou para compreender onde foi o homem buscar autoridade para legislar sobre o Amor entre dois seres humanos que nãos e reduz apenas às relações sexuais…!
b.2) a diminuição ontológica (não prática ou de missão, mas a nível do próprio ser) das mulheres face aos varões?
O caro acredita mesmo ou quer-nos convencer que o SER ontológico não é também parte e fruto da sua própria ACÇÃO entre outras dimensões… retirar-lhe essa dimensão não é amputar a sua totalidade… ou a mulher é alguma espécie de “prótese” que existe no CORPO e que só serve para determinadas acções que fazem parte do todo que forma a Igreja… e quando não é precisa, retira-se para uma “estante” montada nas nossas carpintarias teológicas e sociais…!
continua...
continuação:
b.3) a relação sexual com meninas pré-pubescentes? etc.?
Quando li esta última questão, vieram-me logo à memória alguns episódios… não são uma resposta "directa" à questão que levanta, mas nem por isso deixam de fazer parte desse contexto que dá forma à sua questão… suponho até que esse seu último “etc.?” deixa-me essa porta aberta…. fiquemos agora por estes dois casos:
Um dos casos, aconteceu em 2009 com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho que excomungou uma menina de 9 anos e a equipa médica que a operou para impedir uma gravidez fruto de uma violação, negando-se depois a excomungar o violador e afirmando publicamente que o aborto era um crime mais grave que a violação! Já agora, essa decisão foi “sancionada” positivamente depois por Roma! Não vou alongar-me… pode encontrar mais dados aqui na Folha de S. Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u530540.shtml
O outro caso também em 2009 e que se pode interligar com a sua primeira questão (b.1), passou-se em Espanha com o Arcebispo de Granada, Javier Martinez durante uma homilia onde afirmou que o “abortar, dava permissão absoluta ao homem para abusar da mulher”.. pode escutar e ver aqui a homilia: http://www.youtube.com/watch?v=c8uBK4vTMMc
Menina-Mulher… Mulher-Menina… 8 anos… ou adulta… a verdade é que em ambas já existia esse dom precioso que é gerar vida… pode argumentar que estou a desviar-me da questão, mas creio que não os podemos dissociar aqui da última questão que levanta… e mesmo das outras, as 3 fazem parte do mesmo caldo onde se cultiva essa cultura da violência (não só a física) e que matam a essência do SER…!
Sabe, o mal está na base e não nas periferias…como são por exemplo o acesso ao sacerdócio e outros temas... isso são apenas “detalhes” comparados com o que está aqui verdadeiramente em causa….! Meu caro Anónimo, podemos andar às voltas, mas iremos terminar-cair inexoravelmente na questão nuclear sobre a condição da mulher que já implodiu há muito dentro da Igreja…!
As fontes da citação do primeiro comentário (Cân. 1084 § 1.), encontram-se no Código de Direito Canónico, Cap.III (DOS IMPEDIMENTOS DIRIMENTES EM ESPECIAL)…referentes ao Matrimónio
Peço desculpa pelo lapso…
Já agora, deixo-lhe em pdf a homília do Arcebispo de Granada completo!
https://docs.google.com/file/d/0B9NYHdRmfMfZYzZUblpRM05xV28/edit?pli=1
Peter
Estou completamente de acordo com o que escreve, Peter, e agradeço-lho profundamente.
Reforço que a ordenação das mulheres não é, em si mesma, a questão. Sempte o achei. E insisto que existe uma interligação entre a doutrina da moral sexual católica e a dificuldade por parte da Igreja em reconhecer as mulheres na plenitude da sua natureza enquanto seres absolutamente iguais em dignidade (ontologicamente, portanto).
Eu experimento-o como mulher: uma certa forma de me fazer ouvir, com credibilidade e sem apelo a paternalismos, é vista com desconfiança. Paira a dúvida: "quem é esta?". E, como resposta, é inelutável a secundarização do que "ela" diga... Isto é muito evidente, demasiado.
E essa, caro anónimo da 1:20 PM, é uma forma de violência, subtil mas de uma eficácia enorme, que destitui, afasta e relega para um lugar de subalternidade.
Dir-me-á que o que eu diga ser "lugar de subalternidade" é um lugar em que as mulheres exercem a máxima dignidade de tecer o essencial do tecido da vida eclesial, nas comunidades de base, na Igreja doméstica que é a família, etc. Mas se o fazem como forma mitigada de participação, no silêncio e resignadas ao que lhes cabe... será saudável, digno, desejável, evangélico? Não, não é.
A tradição, esse pilar da Igreja equiparável ao Evangelho por alguns intervenientes neste fórum (dizendo-se suportados pelo que lhes dita o Magistério), vê apenas com um dos dois olhos: é patriarcal. Ninguém o pode negar. E reflecte uma visão distorcida da sexualidade humana, instrumentalizada ao serviço da procriação. Fá-lo em detrimento da valorização efectiva da dimensão afectiva e relacional da sexualidade, como fonte de comunhão de vida e de prazer.
Todas as determinações a este respeito (referidas pelo Peter), toda a doutrina da moral sexual radica nesta desfiguração da sexualidade, que é uma desfiguração da humanidade. Eu diria mesmo, e retomando a expressão tão forte e pungente de Bento XVI, que o "rosto defigurado da Igreja" radica nesta assimetria no que toca às formas e lugares de participação de homens e mulheres na Igreja. "Homem e mulher os criou"(Gn 1). Homem e mulher nos criou!
Peter, não me respondeu. Apenas quis atirar areia para os olhos. Ande lá. faça um esforço e diga:
b) o cristianismo (foi você que pôs este em debate) sanciona, como faz o islão mais ortodoxo:
b.1) a violência contra as esposas que não desejem ter relações sexuais com os seus esposos?
b.2) a diminuição ontológica (não prática ou de missão, mas a nível do próprio ser) das mulheres face aos varões?
b.3) a relação sexual com meninas pré-pubescentes?
mas vou mais longe e clarifico: restrinja-se aos textos ortodoxos do cristianismo (tudo o que se afasta destes pode ser ou não cristão). Ande lá. Esforce-se.
Obrigado cara Helena... muito forte mesmo... fez-me bem escutá-la... não cuide o seu coração… todos sabemos que o Espírito Santo é imparável... ninguém poderá jamais suster essa corrente que já transborda os "muros" da Igreja... é só uma questão de tempo… a história do caminho da humanidade é suficientemente clara nisso…!
Saudações fraternas…
Peter
Caro Anónimo (5:21 PM)….Ainda mais claro do que fui…! “O pior cego é aquele que não quer ver.” …! “ Faça lá um pequeno esforço por favor e não permita às suas emoções que lhe obscureçam a razão…!
Peter
Peter, não fuja; não seja cobarde; seja um homem e não um rato. Responda objectivamente e sem subterfúgios às perguntas objectivas que aqui coloquei.
Enviar um comentário