sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mais um artigo arrojado: Os jesuítas são os luteranos católicos; e os opus são os calvinistas católicos

Há dias pus aqui um artigo de Pedro Arroja, que ultimamente tem vindo a refletir sobre a catolicidade da Igreja e do país.

Ontem, no jornal “A Ordem”, saiu o que a seguir reproduzo. Tem a sua piada, embora, na minha perspetiva, ainda que haja comparações entre Lutero e Inácio, o otimismo jesuíta não se coaduna com o pessimismo luterano (segurança antropológica jesuíta versus insegurança luterana). Mais parecidos com os luteranos eram os jansenistas, ambos fruto de tendências agustinianas exacerbadas. Ora, jesuítas e jansenistas não se podiam ver nem pintados, ainda que ambos andassem de preto (o preto dos jesuítas, diz a lenda, era do mais negro que há desde que o decretasse o superior, ainda que fosse branco).

O jornal “A Ordem”, quinzenário, é do Porto, de um grupo de leigos, suponho, e vai no centésimo ano de publicação.

Posso já adiantar que a edição de 21 de fevereiro traz novo artigo de Pedro Arroja. Desta vez o economista reflete sobre a “religião pública” que deve ser o catolicismo. Se o catolicismo está cada vez menos público (“os representantes da Igreja deixam de estar presente nas cerimónias oficiais, os padres agora raramente aparecem em debates na televisão…”), é porque está a privatizar-se, ou seja, a protestantizar-se. Como sei? O número de 21 de fevereiro já saiu hoje.




6 comentários:

Anónimo disse...

"O preto dos jesuítas, diz a lenda, era do mais negro que há desde que o decretasse o superior, ainda que fosse branco". Não é lenda. Está nos "Exercícios Espirituais" de Santo Inácio.

Jorge Pires Ferreira disse...

Não conheço os "Exercícios Espirituais" em si, só versões mais liofilizadas (uma delas ajudou-me muito).

Já agora, também vem lá que por obediência até se plantam couves de raiz para o ar e se varrem escadas de baixo para cima?

Anónimo disse...

E prontos. Lá vem a piada fácil a desviar a conversa. Não, não vem. Mas o acreditar que o branco que eu vejo é negro (ou ao contrário) se a Igreja o disser, vem.

Jorge Pires Ferreira disse...

Caro amigo (permita-me que o trate assim, embora não saiba para quem escrevo),

não era piada fácil nem pretendia desviar a conversa. Sempre ouvi aquelas três situações associadas para exemplificar a obediência dos jesuítas. Se conhece os Exercícios e diz que uma delas (situações) vem lá, parecia-me que poderia esclarecer sobre as outras. Por isso as referi.

Fico a saber, pois, que as outras duas não estão nos Exercícios de Santo Inácio.

Obrigado.

Anónimo disse...

Quando puder faça os EE, Jorge. Não vai o seu tempo por perdido. O facto de não existirem tempos de "pausa" na oração e silêncio torna-os difíceis de fazer pelo menos para mim. Fico com medo...

Anónimo disse...

Aos Jesuitas devo a minha proximidade com Deus. São a minha ponte. Os EE são um meio. Muitas vezes tenho dificuldade em fazê-los. não é para todos como nada na vida é acessível a todos.

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No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...