Não é difícil acreditar no pecado original. Para quem é crente, o pecado está demasiado patente para não nos marcar até para lá da medula. O difícil é acreditar na roupagem do pecado original, incluindo as frases do catecismo. E o nome, que remete para a origem.
Lembrei-me disto ao ler uma passagem de "Religião para ateus", de Alain de Botton, livro muito aconselhável, a bispos, padres, seminaristas e gente empenhada na Igreja de uma forma geral. Diz ele a certo ponto (pág. 112) sem falar de "pecado original":
"(...) O cristianismo (...) tem um conceito inteiramente diferente da natureza humana. (...)Acredita que, no fundo, somos criaturas desesperadas, frágeis, vulneráveis e pecadoras, muito menos sábias do que bem informadas, sempre à beira da ansiedade, torturadas pelas nossas relações, com pavor da morte - e, acima de tudo, com necessidade de Deus".
7 comentários:
Necessidade de Deus? Que valor tem um Deus do qual nós necessitemos?
Amigo Jorge, eu diria antes que um Cristianismo que seja “não reflexo” do verdadeiro rosto de Jesus e do Evangelho, aí sim:
… ”nos tornamos inexoravelmente, “criaturas desesperadas”, porque tantas vezes afastados e indecisos de acolher em nós a verdadeira “fragilidade” que é Força de Deus… da “vulnerabilidade” que é a nossa realidade humana mas ainda assim transformada em Vasos da Graça… convidados a sermos co-criadores junto com Ele…
….“pecadoras” porque ao invés de nos libertar-mos dessa condição que já foi “resolvida” de uma vez por todas na Cruz no “Tudo está Consumado”, continuamos a alimentar e a oferecermo-nos de alimento a essa Culpa…
…”menos sábias do que bem informadas” porque ainda continuamos a dar maior força ao espírito da letra e da lei ao invés de actuar no e pelo Amor…
…“sempre à beira da ansiedade”… porque sentados à mesa do Pai, ainda continuamos ajoelhados pelos solos das nossas indigências interiores à procura das migalhas quando a mesa está farta da sua Misericórdia e da sua Graça que Ele nos quer ofertar gratuitamente…!
… “torturadas pelas nossas relações, com pavor da morte - e, acima de tudo, com necessidade de Deus"…. porque muitos de nós ainda não aceitamos um Jesus totalmente ressuscitado… Quem aceita e acolhe essa realidade sabe-se já redimido, esse já não teme a morte, porque na Cruz a morte foi vencida, nessa Cruz que foi e é o lugar da redenção do homem… lugar onde deu a vida Aquele que nos liberta de todas as "torturas relacionais” e nos transforma da condição de Servos em seus Amigos: “Já não vos chamo servos, mas amigos! (Jo 15,15)!
E pronto... ó Peter: escreva um blog e deixe-nos com a felicidade de não ter que topar diariamente com as suas tiradas incautas sempre que vimos a este. Ok?
Disse alguma inverdade?! O que escrevi em função do que disse Alain de Botton é visível e claro, e só não vê quem não quer!
Peter...
Desampare deste blog que até mete nojo... deixe-nos vir cá em paz sem ter que ler os seus pareceres gongóricos. Vai uma votação para saber quem quer o Peter daqui para fora?
Eis a verdadeira face do diálogo e da tolerância cristã… Amigo, ainda não entendeu que vivemos numa sociedade livre… essa decisão de “impedir” a expressão livre neste espaço creio que está reservada ao administrar do blog!
Cada um revela aquilo que lhe vai na alma... se não quer ler não leia… a nada é obrigado… eu sempre me identifico com este nick, basta ignorar o que escrevo, que mais posso fazer…. Mas acha mesmo que por si ou as suas razões deixarei de expressar-me livremente!
Peter
Sobre os “pareceres gongóricos”, deixo aqui um pedaço de uma partilha de um blog que define bem os desejos e as razões mais escondidas da sua frase tão carregada de ira e falta de respeito:
“Não sei se se interessam por estas miuçalhas da língua, mas algo surpreendente é que logo em 1624 se tenha cunhado no castelhano o termo culterano (registada nos nossos dicionários mas não explicada) para classificar o estilo gongórico, que é um trocadilho com «luterano». Foi nesta altura que Quevedo e outros escreveram que a poesia de Góngora só era clara quando era queimada, em alusão à heresia poética deste e, possivelmente, e de forma ínvia, ao facto de Góngora ser judeu. Vejo que a Enciclopédia Portuguesa e Brasileira acolhe o verbo agongorar: «Tornar semelhante ao estilo gongórico: para chamar a atenção do público, resolveu agongorar a prosa.»
In (http://letratura.blogspot.pt/2011/04/sobre-gongorico.html)…
Pois é… ccomo não podemos “queimar” o Peter, então vamos votar, que é uma forma mais suavizada e eufemista de atirar alguém à fogueira… ou melhor, pela janela fora…! Haja Deus e muita coragem para olhar em frente no meio de tanto deserto…
Peter
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