segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Opinião no JN - O patriarca do come e cala


Opinião no JN de hoje. Sobre o que disse o cardeal,ler aqui. E outra opinião contra o cardeal aqui.

Por mim, sem nunca negar o direito à opinião, manifestação e indignação (nem isso se pode depreender das palavras do prelado), até concordo com D. José Policarpo neste caso de emergência em concreto. 

Mas lamento que em democracia não haja mais transparência na governação (para a oposição e os contribuintes e eleitores conhecerem os dados reais), sinceridade na oposição e no período eleitoral (para que um partido possa ganhar eleições mesmo prometendo austeridade - coisa que é capaz de ser inédita) e maturidade no eleitorado principalmente na hora de escolher quem governa (para não irmos em promessas que não se podem cumprir, ilusões).

Em relação a manifestações em concreto, digo ainda que não acredito muito nas massas, principalmente quando este povo, o meu, o nosso, de um ano para o outro, quando teve de apresentar o número de contribuinte dos descendentes nas declarações de IRS, fez desaparecer mais de 100 mil filhos. É um povo em que se pode confiar? Como em tudo, numas coisas sim, noutras não. No caso do dinheiro, que é só disso que se trata, hummmm.

9 comentários:

Anónimo disse...

Jorge: Policarpo não questionou o direito a manifestações, nem a contestações, mas apenas a que a política seja feita de modo a agradar "à rua". Não?

Fernando d'Costa

Jorge Pires Ferreira disse...

Sim, concordo consigo. Ele não questionou tais direitos. A minha salvaguarda deveu-se a já ter lido (no facebook) que ele estava contra manifestações, como se fosse por princípio.

maria disse...

eu acho que os caríssimos estão aqui a usar a retórica do eufemismo em relação ao que o cardeal tem dito ultimamente. Sim, porque ele tem dito que não se quer pronunciar mas já se pronunciou sobre o tema (situação política)por diversas vezes.

Basicamente o que disse foi "não se resolve nada contestando, indo para grandes manifestações"

Está a subscrever a política do Governo que diz não haver alternativa. Mas a sociedade portuguesa está cheia de vozes ( e isto é transversal, não se restringe às manifestações)que dizem e apontam alternativas.

Alguém já apelidou de crueldade as palavras do cardeal. Eu esperava dele palavras de esperança, ainda não consegui ouvir-lhe uma única consistente.

Anónimo disse...

obrigado Maria ...eu acrescento nem do Cardeal Patriarca nem de nenhum outro Bispo que em todas as situaçoes devem ser pastores em especial neste tempo de aflição ...è ler o que disseram nas diversas aberturas do ano da Fé nas respectivas dioceses...as ovelhas precisam de ouvir as vozes dos pastores se isso não acontece quando forem á procura delas não as encontram estão tresmalhadas

Anónimo disse...

Maria,

o «Basicamente o que disse foi "não se resolve nada contestando, indo para grandes manifestações"», é a sua interpretação das palavras do Patriarca, mas não é consubstanciada pelas mesmas. E se não ouviu o mesmo a dizer palavras de esperança, é porque não ouviu tudo o que ele, na mesmíssima ocasião, disse porquanto os media amputaram essa porção.

Fernando d'Costa

maria disse...

Fernando,

trancrevi do site da Rádio Renascença as palavras entre parentesis do cardeal. e tenho lido todas as entrevistas. Não ressalta delas a esperança, antes a acomodação e resignação. Até porque diz ele os culpados são todos os portugueses. Outra inverdade.

Anónimo disse...

O Cardeal costuma ser profética nas questões políticas. O ano passado ele foi o primeiro a abordar os tumultos sociais. O homem tem razão no que diz. No fundo são palavras de alguém que orienta e encaminha para o bem. Esperemos que tudo corra de maneira calma

HD disse...

O Cardeal que afirmou ser “incompetente” para dar resposta á realidade do momento, também devia ter evitado fazer um juízo de valor sobre as manifestações “Até que ponto construímos saúde democrática com a rua a dizer como se deve governar? “
Não consegue perceber que as manifestações são uma forma de mostrar desagrado, por quem está a sofrer na mó de baixo??
Viu um milhão na rua a pedir o governo “da” rua?
Desconhece a realidade- que sabe ele de ter comida em casa, educação e futuro para os filhos- sendo celibatário e ocupando o cargo que tem, devia entender…. mas pelos vistos ignora esses “detalhes”.
Sendo uma pessoa inteligente, não consegue perceber a diferença entre centenas de arruaceiros radicais (que sempre existiram) e o clamor de muitos milhares que pela primeira vez se manifestaram de forma pacifica dizendo simplesmente que não querem ser atirados para o LIXO, como pessoas descartáveis?
O Cardeal sendo pessoa sofisticada intelectualmente, devia fazer a experiencia de não ter dinheiro!
Sentir o sabor amargo da privação pessoal de um salário. Da angústia de não saber o que dizer á família, aos credores …Sentir em cada dia aproximar-se o inferno da insolvência familiar, o inferno a chegar…
Talvez nesse dia, sentisse vontade de gritar, de dizer basta ao MAL que lhe cai em cima e que a maioria nem sabe explicar porquê! É gente digna que merecia ter outra sorte…
Deu a entender que as manifestações nada resolvem. Nem percebeu, que a “manifestação” religiosa em Fátima nas suas palavras anteriores, tudo resolve.
Pelos vistos só as manifestações de carácter confessional, são libertadoras?
O Sr Cardeal, por vezes é muito errático, nas suas intervenções sobre a realidade…
Quando um pastor não está atento ao clamor das ovelhas, em breve as perderá.
HDias

maria disse...

Exactissimamente, HD.

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No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...