quinta-feira, 12 de julho de 2012

Papa processa "Titanic"



O Papa não gostou da capa e contracapa da revista "Titanic". Eu também não gostei e por isso não a compraria, tal como deixei de comprar o "Expresso" (uma ou duas vezes por ano compro-o, como na semana passada, para saber que ando a perder muito pouco apesar do peso) por causa não do cartune referido no texto do "Público", mas de um outro com Bento XVI e fetos humanos, julgo que no final de 2006. Mas defendo que o Papa é criticável, como Maomé é criticável. Ou "objecto de sátira", como diz a peça.


Os abusos da liberdade de expressão também são liberdade de expressão. Há limites? Sim. Mas uma revista satírica é precisamente um dos espaços onde eles (o bom nome, a verdade, a reserva da vida privada, a verdade histórica...) são subvertidos. E rir-me-ia com as explicações do diretor da publicação: "É Fanta! É chocolate!"

6 comentários:

Anónimo disse...

Plenamente de acordo! Tudo pode ser criticável. Mesmo o que os demais pensam ser o menos criticável. Mas o estranho nisto tudo é que alguns "media" correram a criticar a publicação das caricaturas de Maomé (e é uma lufada de ar-fresco ver que deixaram de o chamar "profeta") e agora, esses mesmos "media", parecem estar contra a acção tomada pelo Vaticano. Faz-me recordar uma jornalista do Público (qualquer coisa Almeida) que atacou o Vaticano por este ter censurado uma publicidade em que Bento XVI surgia a beijar um líder islâmico (dizendo que isso só era devido à homofobia católica) e ter defendido medida semelhante da Administração Obama perante uma publicidade da mesma marca que mostrava este presidente dos USA a beijar Chavez.

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

Esta atitude do Vaticano fez-me pensar na grande diferença entre este Papa e o anterior : João Paulo II sofreu uma tentativa de assassínio e foi à prisão oferecer o perdão ao criminoso, Bento XVI processa judicialmente uma revista satírica alemã por danos à sua imagem pessoal... Do Vigário de Cristo talvez se esperasse outro exemplo e outro entendimento do preceito evangélico de oferecerer a outra face... E pasmo perante o facto de na entourage pontíficia não haver ninguém que alerte para o efeito malévolo desta atitude. Enfim...

Anónimo disse...

Nem sempre se deve dar a outra face, não é? Cristo, no seu julgamento, não o fez, pois não? Enfim...

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 10.47 :
Obriga-me a escrever o que eu não queria escrever. Consegue imaginar Cristo, por intermédio de advogados, a recorrer da sentença de Pilatos ? È completamente absurdo! A atitude do Vaticano (recorrer a advogados para processar uma revista satírica) parece-me absurda. Uma caricatura vale o que vale uma caricatura. Enfim...

Anónimo disse...

O problema dos católicos em Portugal é que nunca se libertaram do amor ao Chefe ("Haja quem mande!", gritava-se no tempo do Dr António de Oliveira Salazar). O célebre doutor Oliveirinha, para a burguesia que fazia troça do ditador de Santa Comba Dão. Depois veio o 25 de Abril, a criadagem foi para a Universidade e saiu doutora... A liberdade de pensamento não existe em Portugal desde o século XVI. O mais é folclore...

Anónimo disse...

Tudo é criticável... menos os adversários da Igreja... e isto não apenas no campo do humor e da sátira (no qual adoram jogar na lama na instituição eclesial, mas não se atrevem a rir de Maomé)...
Dar a outra face?
Sem dúvida....
Mas denunciemos também a hipocrisia anti-clerical, secularista ao extremo e neo-ateísta que ronda a civilização ocidental...
enquanto há certa 'liberdade de expressão', a igreja ainda tem direito de se defender contra acusações que em nada contribuem para o bem...
ou será que só o Papa não pode dizer o que pensa?
parece que ele não...

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