João XXIII publicou no dia 15 de maio de 1961, precisamente nos 70 anos da “Rerum novarum”, a carta social “Mater et magistra”.
As encíclicas sociais dos Papas costumam fazer logo no início uma
recapitulação da matéria dada desde a “Rerum novarum”, de Leão XIII. Neste
caso, João XXII escreve o seguinte sobre o documento leonino, que é a Magna Carta da Doutrina Social da
Igreja:
Como é sabido de todos, o conceito do mundo económico, então mais difundido e posto em prática, era um conceito naturalista, negador de toda a relação entre moral e economia. O motivo único da ação econômica, dizia-se, é o interesse individual. Lei suprema reguladora das relações entre os operadores econômicos é a livre concorrência sem limites. Juros dos capitais, preços das mercadorias e dos serviços, benefícios e salários, são determinados, de modo exclusivo e automático, pelas leis do mercado.
Embora aborde muitas questões (o bem público e o privado, a propriedade
privada, industrialização, desenvolvimento, justiça, etc.), esta é a primeira
encíclica da globalização. A "questão social" tornou-se global. João XXIII afirma nos números 199 e 200:
Os progressos científicos e técnicos multiplicam e reforçam, em todos os setores da convivência, as relações entre os países, tornando a sua interdependência cada vez mais profunda e vital.
Por conseguinte, pode dizer-se que os problemas humanos de alguma importância - qualquer que seja o seu conteúdo, científico, técnico, econômico, social, político ou cultural, apresentam hoje dimensões supranacionais e muitas vezes mundiais.Encíclica toda aqui.
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