Arquitetos Aires Mateus
Li numa "Pública" velhinha (21-11-2010), encontrada num monte de papéis que nestes dias mais aliviados encontram o seu destino final - a reciclagem, claro - que os arquitetos Manuel e Francisco Aires Mateus, irmãos, com obra significativa no concelho onde resido, são filhos de uma senhora que era secretária do P.e Manuel Antunes s.j.
Passou-se nos anos 80. "Tivemos acesso à biblioteca da [revista] Brotéria", diz Manuel. "Era uma figura extraordinária", acrescenta Francisco, suponho que referindo-se ao padre jesuíta, o que não é inequívoco pelo contexto.
Será que algum dos mais de cem pseudónimos de Manuel Antunes se inspira nos irmãos Aires Mateus?
6 comentários:
Um amigo meu está a fazer a tese de doutoramente sobre a Brotéria. Se quiser mais informações posso falar com ele.
Mas quem mais pseudónimos usou na revista Brotéria foi o grande (embora exíguo de tamanho) António da Silva.
Fernando d'Costa
Brotéria, Manuel Antunes... MA-RA-VI-LHA !
Pois deixo aqui uma nota pessoal
QUE DÁ MUITO QUE PENSAR !
(Lembbram-se da Nau Catrineta
Que tem muito que contar ?)
Pois bem, tudo isto é lindo,
tudo isto é triste, tudo isto é fado...
Ora bem, hoje é de muito bom-tom
evocar Manuel Antunes, a Brotéria...
O extraordinário Padre Manuel Antunes, a gloriosa Brotéria...
Pois bem, o que tenho a dizer é o seguinte :
tenho na minha posse alguns livros da biblioteca particular do Padre Manuel Antunes, comprados num alfarrabista da Rua Garcia da Orta, POIS A SUA BIBLIOTECA PARTICULAR FOI VENDIDA NUM ALFARRABISTA !
Pois é, o Padre Manuel Antunes...
A grande obra dos Jesuítas em favor da Cultura...
Pois é... biblioteca vendida, é o que é !
Assim vai o mundo...
E para que conste.
Caro Jorge,
Pergunte a um dos trezentos jesuítas que deve conhecer como foram os últimos dias do Padre Manuel Antunes. E depois conte-nos aqui...
Aqui transcrevo o poema que Sophia de Mello Breyner Andresen lhe dedicou.
Chama-se "MEMÓRIA" :
TÃO NOBRE ESPÍRITO
EM TÃO ESTREITA REGRA
TÃO VASTA LIBERDADE EM TÃO ESTREITA
REGRA
Conte-nos, Jorge, como foram os seus últimos dias.
Não souv eu, será você
que irá contar a história.
Não sei como foram os últimos dias do P.e Manuel Antunes e se encontrar livros dele num alfarrabista não hesitarei em comprá-los. Admiro o homem que levava uma maçã como almoço para a Biblioteca Nacional de Paris, para não perder tempo, mas não sou um asceta desse tipo.
Não sei se no mesmo poema referido, Sophia critica o jesuíta, que parecia só espírito.
Dele só tenho duas obras, uma sobre Portugal e a Europa, há um par de anos reeditada na Multinova, e outra com pequenas biografias de grandes figuras da cultura mundial - Ocasionália. Além, claro, de textos na Brotéria.
Há relativamente pouco tempo, num encontro de católicos, ouvi um conferencista criticá-lo por exigir que os alunos soubessem de cor umas categorias gregas de não sei o quê - era exemplo do saber estéril em detrimento das competências para isto e aquilo.
Em todo o caso, gosto dos professores que mandam decorar - sem exageros.
Como foram os últimos dias do P.e Manuel Antunes? - É uma boa pergunta. Não sei se algum leitor deste blogue conheceu o jesuíta. Mas vou colocar a questão.
Caro Jorge,
Não creio que Sophia critique, nesse poema, o jesuíta "que parecia só espírito", como você diz. Há, pelo contrário, um sentimento admirativo (que inteiramente partilho, e daí o meu desabafo de ontem) : "Tão nobre espírito". O desafio que lhe deixei (sobre os últimos dias do Padre Manuel Antunes) prende-se com esse verso e o que vem a seguir : "em tão estreita Regra".
Muito deve ter sofrido.
TÃO NOBRE ESPÍRITO
EM TÃO ESTREITA REGRA
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