No "Público" de ontem, a propósito das declarações do Bispo de Beja sobre a fé e chuva (aqui).
Que um bispo lamente que não se reze a pedir chuva tanto deixa algum desconforto sobre o que se entende como efeito da oração e sobre o que se entende da transcendência de Deus, como deixaria se dissesse precisamente o contrário, que não se deve rezar para este tipo de coisas (poderia sempre dizer: "Mal, não faz").
E quando foram salvos os pescadores de Caxinas, quantos não viram a mão de Deus ou de Nossa Senhora no caso? E quando tiraram os mineiros do Chile, que passaram parte do tempo a rezar lá no ventre da terra? Seria legítimo dizer-lhes que a confiança em Deus, em Maria, nos santos de nada valeu se não fosse o engenho humano?
E porque é que é a Igreja rituais de bênçãos para tudo e mais alguma coisa? Se a viatura benzida tiver um acidente pede-se indemnização por uma bênção mal feita? Ou procura-se pela falha técnica ou humana?
Falta, sem dúvida, um discurso coerente sobre o que foi e é a secularização e sobre o poder (ou ausência dele) da oração cristã. A superstição espreita por todo o lado. E a exigência, a procura de coerência, pode parecer falta de fé.
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2 comentários:
Very well done.
A Oração faz sempre sentido.
Cada um , de acordo com a sua caminhada pessoal na Fé, procura –a, e nela encontra uma determinação para a sua vida pessoal.
Ela emana da cumplicidade pessoal com Deus…Ele “revira-nos” e ajuda-nos a “recentrar” no essencial ou seja procurar a Verdade .
Em alguns destes momentos de “encontro profundo ”,partilhamos com Ele, fracassos, desilusões, expectativas, sonhos, alegrias, desejos…
E fruto destes momentos fortes, Ele inspira-nos …e dai surge a opção por este ou outro caminho…a necessidade de agir desta ou de outra forma…
Já O senti variadíssimas vezes na vida, interpelando-me …acredito que o mesmo tem vindo a acontecer com irmãos na Fé, mais cultos ou mais humildes, através das gerações.
Também eu oro ( rezo ) todos os dias, por inúmeras situações preocupantes que me rodeiam…inclusivamente sem pudor ….que venha a chuva!
Nada da oração colide com a racionalidade, em que este mundo anda construído.
Sei que nas situações limite, o homem facilmente abandona o irmão, mas Ele não nos abandona.
Não sei se vai deixar de haver sofrimento amanhã…mas continuo a rezar para que Ele nos capacite perante os desafios….
Não sei se vai chover amanhã …mas continuo a rezar, para que Ele nos aponte um caminho, perante este dilema grave, que em grande parte somos culpados.
Será que sou um católico arcaico ,por isso?
Quero lá saber...
Explicar isto a um ateu, em muitos casos, é falar para uma parede.
Mas o importante é os crentes, não serem ridículos nas suas observações, que por vezes dão uma ideia de que a oração é mais um ato oco e vazio, feito a metro, qual gesto cabalístico…
Será que o Bispo , queria expressar-se exatamente desta forma? Se calhar não! Mas infelizmente o que é retido, é o menos relevante.
È uma dificuldade nossa (dos Cristãos), em comunicar a Fé e a razão do seu Viver de forma clara e sem criar “ruido”, atentos ao Mundo que nos rodeia.
HDias
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