Como eu compreendo o Sr. Bispo, para quem
tudo deve ser visto numa ótica de fé. E como compreendo os laicos colunistas,
para quem tudo é visto numa perspetiva secular. Talvez, no entanto, os
colunistas não saibam quer D. António Vitalino é um homem dado às tecnologias, sempre
acompanhado do seu iPad, do seu portátil ou do seu smartphone (das três vezes que
o vi tinha um destes objetos).
No entanto, arrisco que o pensamento dos
colunistas é a mais correto. Faz sentido rezar para que haja alterações meteorológicas?
Deus tanto faz chover sobre crentes como sobre ateus – vem nos evangelhos. Uma
seca, um terramoto, um dilúvio ou um tsunami têm a ver com Deus? Sim, porque
tudo tem a ver com Deus quando é interpretado pelos crentes, mais no para quê
da vida do que no porquê dos fenómenos. Mas se pensarmos que a oração ou a falta dela tem
interferência nestes fenómenos (em vez de ter no coração dos crentes, em primeiro
lugar), arriscamo-nos a ver as catástrofes como castigos de Deus.
Como já alguém disse - e tem a ver com este assunto -, não sei se apoiado em alguma estatística oficial, a sinistralidade rodoviária não é menor nas estradas que levam a Fátima.
No DN de hoje.
No JN de hoje.
1 comentário:
Se calhar faz mais sentido rezar para que chova do que adorar santos de barro, ou outro material qualquer, benzer objectos e outras aberrações que tais.
Rezar para que chova é mostrar caridade e compaixão, não só pelo ser humano, mas principalmente pela natureza, pelo Planeta Terra. Parece-me mais correto que este bispo queira rezar para que chova do que se pavoneasse a benzer estátuas e mesas de celebração.
Idolatria por idolatria, prefiro a idolatria do bom senso. A chuva faz falta e a Fé move montanhas!
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