terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pais não deixam filhos únicos ser padres

Notícia do JN de ontem. Uma notícia, um estudo, deste tipo pode ter imensas leituras. Uma delas é que há uma  intermediação sociológica do chamamento divino. Afinal, na perspetiva católica, a vocação sacerdotal é um chamamento pessoal de Deus.

No fundo, o estudo leva a supor que Deus devia chamar mais os pais a terem filhos. O problema sacerdotal é um problema de sexualidade. Outra vez.

10 comentários:

Anónimo disse...

Creio que o problema da falta de padres só se resolverá, no futuro, com o regresso da Igreja às suas raízes, ou seja com a revalorização autodeterminativa das comunidades locais(paróquias), adentro da reconhecível comunhão na fé eclesial. Onde a motivação(vocacional?)/eleição se faça no seio e por real intermediação de cada comunidade cristã, na resolução própria das suas necessidades. Suplantando assim também e naturalmente a dicotomia casado/solteiro, numa viabilização cumulativa do celibato opcional e respectivo encaminhamento para uma
missionação presbiteral mais aberta, dedicada e livre para o serviço diocesano.

Anónimo disse...

Albergaria-a-Velha, Aveiro, 07 fev 2012 (Ecclesia) – O bispo de Lamego afirmou esta segunda-feira que “a Bíblia não é estúpida”, durante a intervenção que dirigiu aos padres da diocese de Aveiro reunidos em Albergaria-a-Velha para um encontro formativo.

“A Bíblia não é estúpida. A Bíblia não manda apaixonar-se, mas manda-nos amar”, sublinhou D. António Couto na conferência sobre a evolução da instituição familiar no Antigo e Novo Testamento, refere uma nota de imprensa da diocese aveirense enviada à Agência ECCLESIA.

O responsável alertou para os riscos da falha de transmissão das narrativas bíblicas de pais para filhos: “No dia em que perdermos a música e a toada familiar inscrita na Bíblia ficaremos sem sentido e à deriva”.

“Num tempo em que os pais não se encontram com os seus filhos o que é que lhes podem dar a não ser uns quantos euros?”, perguntou o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização aos 50 padres presentes no encontro.

Anónimo disse...

Caríssimos,
Realmente é um estudo que assim exposto em meia duzia de linhas pouco se pode interpretar.
A «intermediação sociológica do chamamento divino» sempre existiu e terá sempre de existir.
O chamamento pessoal de Deus raramente (ou nunca) "cai" do Céu. Há sempre uma transmissão de fé que o possibilita, orienta e apoia.
Se para Abraão e Moisés o chamamento "caiu" do Céu, o mesmo não podemos dizer dos discípulos que foram escolhidos, e que entre eles foram transmitindo o encontro com Cristo.
Nos dois primeiros, Abraão e Moisés, não temos completamente toda amplitude da vocação sacerdotal. Podemos dizer que temos neles, completamente, a vocação para amar e ser amado por Deus, e realizar a Sua vontade - ser crente.
Já no caso dos discípulos, que já eram crentes, a sua vocação acontece em toda a completude.

Se temos novamente um "problema de sexualidade", então, com o devido respeito, aguardaria que o Jorge aprofundasse neste blog mais um pouco todo esse manancial teológico através da apresentação de bibliografia ou argumentos biblicos, eclesiais, filosóficos, etc, ao invés de permanecermos na mera opinião ou nos comentários só daquele papa, só daquele bispo ou só daquele teólogo.

Cmpts,
PCampos

Jorge Pires Ferreira disse...

Paulo Campos, deixa-me um desafio muito interessante, mas não creio que seja este o espaço ideal para o abordar.

De qualquer forma, nesta linha da intermediação sociológica, devemos, logo à partida, constatar um facto: porque é que há falta de vocações para padre (podemos questionar se há mesmo falta; mas dizem que sim, que há), mas não há para bispo? E o que quererá dizer este facto?

Por outro lado, o estudo que me sugere está em grande parte feito por Drewermann, no tempo em que ele ainda fazia parte da Igreja Católica.

Obrigado pelo seu comentário.

Anónimo disse...

Lembro que também há uma grande falta de vocações para o matrimónio. vejam-se as estatísticas de matrimónios católicos. Comentário: uma descida tremenda. Já nem falo nos divórcios. É Pena que neste blogue ainda não tenha falado num nome: Pe josé Nuno - Porto. Apresentou agora o doutoramento acerca da morte nos hospitais. Aliás, neste espaço foi pena não se ter abordado o manual de oração para todos os grupos religiosos agora em vigor nos hospitais públicos. A ele se deve todo este trabalho. José Nuno diz-no que falta uma educação para a morte. A sociedade de hoje esconde a morte. Carpe diem... talvez seja esse o grande problema.

Jorge Pires Ferreira disse...

Obrigado pela sugestão, anónimo das 16h27. Conheço o trabalho do P.e Nuno (a Ecclesia falou dele)e tenho um recorte do DN para pôr no blogue um dia destes.

Quanto ao manual, se conhecesse, se o tivesse nas minhas mãos, já o teria referido, com certeza (ou talvez não: tenho o GPS dos jesuítas e ainda não falei dele).

Este blogue não é uma agência noticiosa. Posiciona-se mais como um refletor de certas preocupações. Felizmente, há muito mais e melhor do que o que por aqui parece. Além de que o blogue é um intervalo entre três ou quatro actividades mais importantes (e que me sustentam!).

Jorge Pires Ferreira disse...

http://tribodejacob.blogspot.com/2012/02/pe-jose-nuno-ao-dn-e-preciso-definir.html

Anónimo disse...

Seja um estudo ou pura especulação, quer eu tivesse um filho único ou vários, tudo faria para que não entrassem para o seminário sem antes atingirem a maturidade de 24 ou 25 anos. Jamais me perdoaria que um filho meu fosse formatado a partir dos 10 anos, por adultos desconhecidos, que escolheram não ser pais. Jamais me perdoaria ver o meu filho seminarista adolescente apaixonar-se ser aconselhado (coagido) por estes adultos a seguir o sacerdócio. Se o meu filho adolescente seminarista se apaixonasse, o meu conselho só poderia ser: vai, namora. Se descobrires que não é esse o teu caminho e quiseres voltar ao seminário, volta. O que a igreja tem feito a crianças e jovens é um crime e deveria ser punido.

Anónimo disse...

13:44
Crítica mordaz a uma "grande entrevista". Mas estou de acordo consigo.

Anónimo disse...

13:44
Também estou de acordo com o que diz. Sou católica e sou mãe. Para mim é inadmissível que haja pais e principalmente mães, que entregam filhos de 8, 9 ou 10 anos (CRIANÇAS)aos seminários, para serem educados, como diz e muito bem, por pessoas que decidiram não ser pais. Onde fica o amor maternal destas mães? Fazem-no em nome de Deus??? Vale tudo, desde que seja feito em nome de Deus? Por favor!!!

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