Patriarca Maxim, 97 anos
Onze dos 15 atuais bispos búlgaros foram agentes da polícia
secreta durante o regime comunista que vigorou no país até 1989. Uma das exceções é o velhinho patriarca Maxim (na imagem).
A conivência do poder religioso com o poder político, e para
mais totalitário, é lamentável, ainda que no caso búlgaro possa ser
relativizada.
(Uma piada etimológico-eclesiástica diria que é próprio dos bispos espiar, já que "episcopos" quer dizer "olhar sobre").
Por um lado, porque dizem as notícias que os dirigentes da comunidade
muçulmana também eram agentes secretos, tal como vários dos deputados atuais e até o próprio presidente do país. Por outro, porque a teologia da tradição ortodoxa
sobre o poder gosta do cesaropapismo, ainda sem césar nem czar nem Papa. Para
os ortodoxos, não costuma haver escrúpulos na união entre o trono e o altar – e
dificilmente se concebem como não sendo uma igreja oficial.
Talvez as coisas estejam a mudar. Na Grécia são cada vez
mais em número e em tom as vozes contra os bens da Igreja (ortodoxa) e as isenções fiscais.
E na Rússia, um bispo ousa dizer que o governo deve ouvir a voz da rua.
4 comentários:
Este foi espião... Outros, outras coisas esconderão... Muitas imundices se saberão...
Estes não são os tais que se podem casar?
Não, não podem, caro anónimo das 19h22. Os padres ortodoxos podem casar. Mas se casarem, já não podem ser ordenados bispos. Ou seja, estes espiões eram celibatários.
Já agora, invocar a questão do casamento dos padres, aqui, tem a ver com quê?
Era bom colocar mais posts acerca das problemáticas que a Igreja ortodoxa tem: famílias desfeitas dos sacerdotes casados, heranças, abortos, desentendimentos com os filhos, mau testemunho para os fiéis. A taxa de divórcios desses padres que é alta. Mas nunca vi estas questões aqui referidas. Curioso...
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