Da entrevista de António Marujo a Jürgen Moltmann (que foi
mobilizado para a guerra aos 16 anos e esteve três anos preso)
Deus morreu no Holocausto?
Não. Deus revelou-se-me na paixão de Jesus Cristo, quando me
senti abandonado. Descobri Cristo como meu irmão, que partilhou o meu abandono,
que morreu gritando «Meus Deus, porque me abandonaste?»
As vítimas são o Cristo crucificado?
Sim. Cristo estava entre as pessoas mortas, sinal de que
Deus está do seu lado, de que Deus também sofre na história. Compreendi Deus
como um Deus de compaixão.
…
Apareceu há pouco tempo um documentário sobre o alegado
ossário de Jesus…
Nos Estados Unidos da América, pode fazer-se algo grande a
propósito de Jesus, porque as pessoas gostam dele. Há a história similar em que
Jesus apareceu na Índia ou casou com Marida Madalena, que os reis franceses
descendem dele… Isso é apenas espectáculo, é religião pop…
António Marujo, “Deus Vem a Público. Entrevistas sobre a
transcendência. I volume” (ed. Pedra Angular), pág. 26-27
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