Há um género literário que penso que ainda não está
devidamente identificado. É o do ateu que conta a sua educação religiosa e
mostra como foi precoce na sua certeza da inexistência de Deus.
Uma das características
deste tipo de relatos, que une a extrema perspicácia da descrença em relação aos pensamentos próprios com a mais
vulgar ingenuidade em relação aos pensamentos dos outros, é a descrição das práticas
obscurantistas dos ditos crentes. Diz um autor que ando a ler diz que a sua mãe “em
pequena foi uma vez agarrada por crianças católicas que lhe procuraram, no
cabelo, cornos de demónio rudimentares que os pais lhes tinham dito existirem
em todos os judeus”.
Este autor, hoje cientista, basicamente deixou de acreditar em
Deus na adolescência, quando, depois de invocar Deus para jurar que não tinha partido um ovo, mas tinha, descobre que Deus nada faz.
1 comentário:
Interessante...e de fato, as pessoas que tem certeza da inexistência de Deus, em sua maioria, desconhecem teologia, religião ou qualquer outro tipo de estudo relacionado a Deus. São "descrentes" e fundamentam essa fé (não deixa de ser) na mesma ignorância da qual nos acusam de possuir, em nossa crença.
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