François Mauriac morreu no dia 1 de Setembro de 1970, quase a completar 85 anos. Foi um grande escritor católico, Nobel da Literatura em 1952, “pela intuição espiritual profunda e pela intensidade artística com que, em seus romances, penetrou no drama da vida humana”. Ver algumas frases dele aqui. Após a II Guerra Mundial, batalhou pela abolição da pena de morte em França, tendo escrito um ensaio sobre o assunto.
Recentemente, levantou-se a questão de ter sido homossexual. Era casado e teve dois filhos, Jean e Claude. Jean Mauriac, um antigo jornalista da France Presse, actualmente com 87 anos, confirma que o seu pai era homossexual, não no sentido de ter tido relações com homens, mas de ter amizade com jovens que andavam à volta dele e povoar a sua obra literária de jovens fogosos e maridos frustrados. Era um homossexual platónico. Jean Mauriac adianta ainda que se deve aos bonitos olhos do activista Robert Barrat (não confundir com o actor homónimo) o seu empenho pela independência das colónias africanas.
À “France catholique” Jean Mauriac disse em 2009:
Conheço bem os amigos do meu pai, aqueles por quem François Mauriac sentiu amizade, afeição, ternura, por vezes uma verdadeira paixão: na sua maioria eram homens casados, «homens de mulheres» («hommes à femmes» no original; será “mulherengos”?)”, como se diz vulgarmente. Fico triste quando evoco esta questão, porque o meu pai sofreu muito. Ele julgou – mais ou menos, é verdade – dever esconder os seus sentimentos por causa da religião (sempre ela), da sua família, das suas origens provincianas, da sua reputação. Mas não esqueçamos: sem este verdadeiro drama interior, sem esta terna afeição (…), jamais François Mauriac teria podido escrever a obra romanesca dilacerante, sofrida, sôfrega, trágica que escreveu. Ler aqui.
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