Eduardo Souto Moura
O doutoramento honoris causa de Eduardo Souto Moura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Lusíada do Porto, na quinta-feira, teve a pompa e o folclore habituais nestas cerimónias. Os discursos repetiram-se nos adjectivos e no elogio à competência técnica e estética do arquitecto do Estádio de Braga. Mas ele foi também lembrado como “homem de causas, culto, solidário e recto”, como se lhe referiu o seu “padrinho”, o também arquitecto Manuel Diogo. Menos longa e mais colorida do que costuma ser uso, a cerimónia teve também momentos de distensão do formalismo protocolar. Como quando o chanceler da Lusíada e o novo doutor divergiram quanto ao lugar da Arquitectura na genealogia das ciências. António Martins da Cruz, decano da Universidade, explicou por que é que aquela foi a segunda ciência a nascer, logo a seguir ao Direito: este teria sido criado no momento em que Deus “utilizou o código penal” pela primeira vez, quando castigou Adão e Eva depois do episódio da maça [não sabemos se o fruto em causa era uma maça…]; logo a seguir, eles abrigaram-se debaixo duma figueira… Souto de Moura discordou, lembrando que, depois de ter construído o Mundo, Deus descansou ao sétimo dia, e disse: “Agora os arquitectos e os engenheiros continuam. – S.C.A.Já agora, sobre qual é a primeira ciência, concordo com António Martins da Cruz, que diz ser o Direito. Mas por razões diferentes das apontadas. Ver aqui.
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