sábado, 2 de julho de 2011

Analisar com Giancarlo Zizola alguns aspectos do governo da Igreja

Giancarlo Zizola

Giancarlo Zizola, do "La Repubblica, escreveu um artigo, digamos, interessante, usando o adjectivo mais desinteressante para descrever seja o que for, para perceber

a) como Bento XVI está a pôr nos lugares-chave homens que se cruzaram com ele ao longo da vida
Isso ocorreu com Tarcisio Bertone, que deve o seu posto de secretário de Estado um pouco mais do que à escrivaninha de secretário da Congregação para a Doutrina, ao lado do escritório do prefeito. Como se um pedaço de burocracia compartilhada pudesse garantir qualidade para qualquer outra função.Da mesma forma, com o canadense Marc Ouellet à frente da Congregação para os Bispos e o patriarca Scola em Milão, projeta-se na cúpula da Igreja o clube teológico da Communio, a revista teológica fundada em 1972 por Ratzinger com Urs von Balthasar e Henri de Lubac, para competir com as visões do reformismo radical da Concilium.

b) como predomina, infelizmente, o modelo verticalista, que é mais centralizador e, enfim, menos democrático
A maior anomalia é visível, mais uma vez, nos procedimentos centralizados. Em meados do século XIX, Antonio Rosmini demostrava que o sistema verticalista não era capaz de tutelar a Igreja das ingerências do poder político. As campanhas midiáticas em favor de um candidato são a nova forma das pressão dos poderes césaro-papistas, que tornam atuais as lutas para as investiduras de Gregório VII.
c) como no tempo de outros papas a Igreja italiana estava mais rica, com maiores vultos episcopais
Paradoxalmente, a Igreja italiana era mais rica, sob Pio XII, de grandes figuras episcopais: um certo Roncalli em Veneza, Montini em Milão, Fossati em Turim,Siri em Gênova, Lercaro em Bolonha, Dalla Costa em Florença, Ruffini emPalermo: serão eles os grandes protagonistas do Concílio Vaticano II.
d) como a cristandade persiste
Von Balthasar era muito claro sobre a necessidade de acabar com a reprodução do regime de cristandade. Ele dizia que, "ao cristão, é proibido o recurso aos meios de ação especificamente mundanos por um suposto incremento do reino de Deus na terra". Ele criticava o integralismo de grupos de "mamelucos cristãos que aspiram a conquistar o mundo" e advertia: "Quem faz tais coisas não tem a exata ideia nem da impotência da cruz, nem da onipotência de Deus, nem das leis próprias do poder mundano".
Ler tudo aqui.

Sem comentários:

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...