Gustav Mahler morreu há precisamente 100 anos, no dia 18 de Maio de 1911, aos 51 anos. Em vida foi reconhecido como grande maestro, mas como compositor, o grande compositor da transição entre o romantismo e o século XX, só foi reabilitado após a II Guerra Mundial e mais ainda na década de 1960.
Proveniente de uma família judaica da Boémia, então parte o império Austro-Húngaro, converteu-se ao catolicismo em Fevereiro de 1897. Há quem diga que foi uma conversão interessada, pois passados dois meses é nomeado Kappellmeister (mestra capela) da Ópera da Corte de Viena. Na Viena imperial diversos cargos estavam vedados a não-católicos (foi no tempo em que o imperador podia vetar a escolha do conclave, como aconteceu com Francisco José, que vetou em 1903 o cardeal Rampola, que havia sido o mais votado, vindo depois a ser eleito Giuseppe Sarto como Pio X).
Outros, a favor da conversão sincera de Mahler, defendem que a Terceira Sinfonia, dos anos imediatamente anteriores ao baptismo católico, se inspira claramente nos sofrimentos de Cristo.
Mahler perde o emprego em 1907, devido à perseguição da imprensa anti-semita, e foi para os EUA, onde dirigiu primeiro a Ópera Metropolitana e depois a Filarmónica de Nova Iorque. Viria a morrer em Viena, de uma infecção no sangue, ele que um dia disse: “Sou três vezes apátrida! Como natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como judeu, no mundo inteiro. Em toda a parte um intruso, em nenhum lugar desejado!"
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