quinta-feira, 7 de abril de 2011

Exorcistas procuram-se


Uma nota sobre este texto que saiu hoje no "Público". A Universidade Pontifícia Athenaeum Regina Apostolorum é a universidade dos Legionários de Cristo, grupo católico que, como se sabe, vive agora com o demónio de ter tido um fundador de poucas virtudes.

De qualquer forma, é uma universidade pujante, a par de outras de parecido sinal conservador, onde se defende a existência do demónio, a inferioridade da mulher, a superioridade celibato, missa em latim, costumes medievais...

Há dias alguém me dizia que esta e uma outra universidade, repetidoras do que há de pior na Igreja Católica,  estavam a conseguir atrair mais alunos, principalmente das Américas, do que as mais clássicas (e mais inovadoras, se é que de inovação se pode falar) como as que estão ligadas aos jesuítas e dominicanos. Se assim é, o panorama do futuro da teologia católica é mau. Muito mau.

Quanto ao diabo, que o satanismo faça mal ao jovens, não duvido. Que os exorcismos possam ter efeito (como os placebos, psicológico ou o que seja), não duvido. Daí até à existência do diabo... 

2 comentários:

Tiago Freitas disse...

Esta é, de facto, uma questão sensível e cada vez mais em voga.

Compreendo o que diz no último parágrafo. Contudo, fica complicado explicar a existência de um ritual dos exorcismos ou então a um número no Catecismo, onde se fala claramente dos exorcismos maiores (distinguindo-os das doenças psíquicas).

Ou realmente existe a possibilidade da possessão ou então a Igreja está a enganar, devendo simplesmente eliminar, pelo menos, estes dois documentos que referi.

Abraço

Jorge Pires Ferreira disse...

Obrigado pelo seu comentário. Tenho escrito algumas coisas sobre este assunto no blogue. As minhas convicções baseiam-se no seguinte: na Bíblia há possessões demoníacas - coisas naturais, doenças - mas não diabólicas; o Credo cristão não refere o diabo; a Igreja abandonou o ritual do exorcismo em meados do século passado. Agora parece recuperá-lo (alguma igreja, pelo menos) ao mesmo tempo que quer recuperar o latim para as celebrações, as vestes antigas, a doutrina da expiação, etc. etc. Tudo muito discutível e, em alguns casos, claramente um retrocesso.

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