As ideias de John Polkinghorne e Stephen Hawking, ambos cientistas e teólogos, um crente (e padre anglicano), o outro ateu, estão em confronto num texto que vem da Austrália. Uma boa síntese de como em alguns casos é a relação fé / ciência e de como deverá ser.
Hawking, que também é teólogo, já que faz afirmações que pretende fundamentadas sobre Deus, quer dispensar o criador. Digo quer porque, mesmo na sua lógica, ainda não está claro que o tenha feito. De qualquer forma, afirma que a ciência é ou será capaz de refutar a existência de Deus, por ser prescindível (de qualquer forma, em termos racionais, a via da prescindibilidade não pode demonstrar a inexistência do que quer que seja; apenas dirá da sua não necessidade).
Polkinghorne afirma que a compreensão da relação entre ciência e religião não se pode basear meramente na antiga teoria do "Deus das lacunas", como se a ideia de que Deus só contasse para as coisas que a ciência não pode explicar. Se Deus é o Deus da Verdade, quanto mais a ciência avança, mais aprendamos sobre Deus. Mas aqui caberia acrescentar que isto é para quem tem olhos para ver, parafraseando o evangelho.
Polkinghorne está convencido de que a ciência explora apenas uma camada da existência. Deus age por meio da poesia e da arte, dos santos e dos místicos. Você não pode apreciar totalmente uma obra de arte examinando a composição química de sua tinta. Da mesma forma, você não pode entender a função de Deus no universo olhando apenas para a sua natureza física.
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