sexta-feira, 11 de março de 2011

Religionline lança inquérito sobre Nova Evangelização

O blogue Religionline (que também conta com o meu modesto contributo) lançou um inquérito a várias personalidades portuguesas, de muitos quadrantes, um inquérito de cinco perguntas motivada não só pelo Sínodo dos Bispos de 2012, que será sobre a Nova Evangelização, e pelo novo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, mas também pelo processo lançado pelos bispos portugueses para “Repensar Juntos a Pastoral de Portugal”. Já foram colocadas online as respostas de dos dos inquiridos.

Excerto das respostas de Guilherme d’Oliveira Martins:
As transformações sociais têm uma influência indiscutível na experiência religiosa. Há pouco tempo, Gianni Vattimo chamava, por exemplo, a nossa atenção para o facto de os desafios europeus perante os quais se encontra a Igreja Católica serem diferentes dos que ocorrem na América do Sul ou em África - apesar das complementaridades. Há virtualidades que devem ser consideradas, como o diálogo, cada vez mais fecundo, entre a religião e a ciência ou entre a fé e a razão, não devendo esquecer-se a comunicação entre as diferentes culturas, num momento em que a cultura da paz exige um esforço acrescido de diálogo entre as religiões.
Excerto das respostas de Ana Vicente:
Não é possível com uma estrutura altamente hierarquizada, exclusivamente masculina e celibatária, ao nível da tomada de decisão, ou seja ao nível do poder real, crer que os povos, crentes nesta ou naquela expressão religiosa ou agnósticos ou ateus, possam dar ouvidos a um discurso advindo de uma instituição que está tão em contradição com a mensagem de Jesus – inclusiva, universal, de amor, de paz, de respeito pela consciência individual, de misericórdia, de compaixão. Estrutura essa que viveu e continua a viver a tragédia da prática do abuso sexual, físico e psíquico, por parte de sacerdotes (e algumas freiras) e que ainda muito pouco fez para que esses abusos nunca mais possam ocorrer. Estrutura essa que continua a perseguir teólogos e teólogas que “eles” consideram perigosos porque procuram caminhos diferentes. Que continua a desejar que as leis penais civis condenem criminalmente as mulheres que fazem um aborto mas pouco parecem agitar-se com o facto de que, em cada seis segundos, morre uma criança, já nascida, de fome.
Perguntas do inquérito aqui.
Respostas de Guilherme d’Oliveira Martins aqui.
Respostas de Ana Vicente aqui.

Sem comentários:

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...