Consegui desarmar-me.
Participei nesta guerra. Durante anos e anos.
Foi terrível. Mas agora estou desarmado.
Já não tenho medo de nada, porque “o amor afugenta o medo”.
Estou desarmado da vontade de prevalecer,
De me justificar à custa dos outros.
Já não estou alerta,
Zelosamente apegado às minhas riquezas.
Acolho e partilho.
Não me importam especialmente as minhas ideias, os meus projectos.
Se me propõem outros melhores, aceito-os de bom grado.
Quer dizer, não os melhores, mas os bons.
Bem sabem, renunciei ao comparativo…
O que é bom, verdadeiro, real, esteja onde estiver,
É o melhor para mim.
Por isso já não tenho medo.
Quando nada se possui, já não se sente medo.
“Quem nos separará do amor de Cristo?”
Mas, se nos desarmarmos, se nos despojarmos,
Se nos abrirmos ao Deus homem que renova todas as coisas,
Então é Ele que apaga o passado mau
E nos devolve um tempo novo,
Onde tudo é possível.
Patriarca Atenágoras
Atenágoras I foi Patriarca de Constantinopla de 1948 a 1972 e, portanto, o maior representante da Igreja Ortodoxa. Aristokles Spyrou (nome de baptismo) nasceu no dia 25 de Março de 1886, em Epiro (Grécia), e morreu em Istambul (Turquia), no dia 7 de Julho de 1972. O Papa Paulo VI e o Patriarca de Constantinopla encontraram-se três vezes (no Vaticano, no decorrer do Concílio; em Jerusalém (na foto em cima, 5 de Janeiro de 1964 ); e durante a viagem papal a Istambul, Éfeso e Esmirna), lançando as bases para um entendimento entre a Igreja Católica e a Ortodoxa, separadas desde 1054. Atenágoras e Paulo VI levantaram as excomunhões mútuas que recaíam sobre a catolicidade e a ortodoxia desde o séc. XI.
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