O texto de Edson Athayde não deve referir-se a "action figure" acima. É um dos "Jesus toy" entre os milhares que há. Mas há um especial. Se quiser rir (espero que não se irrite), clique aqui.
Há uns anos, nos Estados Unidos (como só podia ser) uma companhia de brinquedos decidiu lançar um boneco concebido à imagem de Jesus Cristo.
Não fez isso intempestivamente. Estava escudada em rigorosos estudos de mercado. A partir de uma pesquisa que indicava que os pais americanos gostariam que os valores cristãos fossem melhor incutidos nos seus filhos, desenvolveram um protótipo de um boneco idêntico a Jesus. Era mais ou menos como a Barbie só que com batas e barbas.
Os pais deliraram. Que grande ideia! Agora sim, Jesus Cristo seria uma espécie de amigo dos miúdos. Seria o fim das Tartarugas Ninjas e do He-Man.
Pois bem, o boneco foi colocado no mercado. Bateu recordes de vendas. Imagino que a companhia já estava a preparar futuros lançamentos. Por que não os Três Reis Magos? Adão e Eva também poderiam ser uma boa opção, com as folhas, é claro, vendidas à parte. Mas passado algum tempo, as vendas empancaram. O boneco de Jesus estava encalhado nas lojas.
A companhia reuniu alguns dos pais que compraram o boneco e pediu-lhes para opinarem sobre o que havia de errado. E tiveram de ouvir o relato de gente horrorizada com as atrocidades que os miúdos tinham feito com Jesus. Arrancavam-lhes a cabeça, vestiam-no de combatente, casavam-no com outras bonecas e coisas assim.
Os miúdos, na verdade, nada tinham contra Jesus. Apenas não compreendiam que era um boneco diferente dos outros.
Edson Athayde, “Tempestade Cerebral”, pág. 36
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