sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Para recolocar Jesus no coração dos crentes


O caminho aberto por Jesus. Mateus
José Antonio Pagola
Gráfica de Coimbra 2
280 páginas

Este livro é constituído por 42 capítulos que seguem sempre o mesmo modelo. Primeiro apresenta-se um trecho do Evangelho de S. Mateus e a seguir cinco breves comentários com sugestões “para mergulhar no relato de Jesus”. Os trechos evangélicos em questão são os das missas dominicais do presente ano litúrgico. O que o autor faz agora em relação a Mateus terá réplicas equivalentes com os evangelistas Marcos, Lucas e João nos próximos anos.

José Antonio Pagola deixa bem explícito na Apresentação o que pretende com este livro que teve óptima recepção em Espanha: “Pensei sobretudo nas comunidades cristãs, tão necessitadas de alento e de novo vigor espiritual; tive presente muitos crentes simples em quem Jesus pode acender uma fé nova. Mas quis também oferecer o evangelho de Jesus a quem vive sem caminhos para Deus, perdidos no labirinto duma vida desconjuntada, ou instalados num nível de existência em que é difícil abrir-se para o mistério último da vida. Sei que Jesus pode ser para eles a melhor notícia”.

O autor reconhece que, “como é vivido por muitos, o cristianismo não suscita «seguidores» de Jesus, mas apenas «adeptos de uma religião»” que podem nunca conhecer a experiência “mais originária e apaixonante”, que consiste em “entrar pelo caminho aberto por Jesus”. Por que é que tal acontece? Há muitos factores dentro e fora da Igreja que explicam a “mediocridade espiritual”, mas, provavelmente, “a causa primeira está na ausência de uma adesão vital a Jesus Cristo”. Este livro, pretende, pois, dar a conhecer a “energia dinamizadora que está presente em Jesus”.

O autor. José António Pagola, padre, foi vigário geral da diocese de San Sebastiám (Espanha). Desde há sete anos que se dedica exclusivamente a investigar e dar a conhecer a pessoa de Jesus, como afirma. Publicou em 2007 “Jesus. Aproximación histórica” (tradução em português pela Gráfica de Coimbra 2, em 2009), livro sobre o qual a Congregação para a Doutrina da Fé abriu recentemente um processo, embora não tenha sido dito ao autor quais são os pontos do seu pensamento sobre Jesus são motivo de questionamento. Em 2008, a Conferência Episcopal Espanhola contestou que Pagola sugeria que “algumas propostas fundamentais da doutrina católica carecem de fundamento histórico em Jesus”.

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