domingo, 13 de fevereiro de 2011

Como uma bolha de água à chuva


Numerosas são as minhas ofensas e ultrapassam toda a conta,
Mas nem por isso tão espantosas como a tua misericórdia.
Múltiplos os meus pecados,
Mas sempre diminutos, comparados com o teu perdão. […]

Quem poderá lançar a treva
Sobre a tua luz divina?
Poderá uma reduzida obscuridade rivalizar
Com os teus raios, grande como és?
Poderá a concupiscência do meu frágil corpo
Ser comparada com a Paixão da tua Cruz?

O que serão aos olhos da tua bondade,
Deus Omnipotente,
Os pecados de todo o universo?

São como uma bolha de água
Que, à queda da tua chuva abundante,
Logo desaparece. […]

Tu fazes brilhar o sol
Sobre os justos e os pecadores
E chover sobre todos indistintamente.

Uns vivem em grande paz, na expectativa da recompensa; […]
Mas, àqueles que preferiram a terra,
Perdoas-lhes por misericórdia,
E dás-lhes, como aos primeiros, um remédio de vida,
Esperando sempre que a Ti regressem.

Gregório de Narek  

Monge e poeta arménio, Gregório de Narek (c. 944-c. 1010) “sondou as profundezas tenebrosas do desespero humano e entreviu a luz resplendente da graça que também nela brilhou para o crente” – escreveu João Paulo II na “Carta Apostólica por ocasião do 1700.° Aniversário do Baptismo do Povo Arménio” (02-02-2001).

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