Os dados revelados pelo Wikileaks também atingem a Igreja católica. Diz o Religión Digital que o Departamento de Estado dos EUA considerava que Ratzinger era “surpreendentemente humilde, espiritual e fácil de manejar. Será um Papa de transição” (aqui).
Joseph Ratzinger não estava na lista dos 20 mais para Papa, onde figuravam entre outros Tettamanzi (Milão), Danneels (Bruxelas) e Castrillón (colombiano, emérito da Congregação do Clero). Até D. José Policarpo (Lisboa) aparecia na lista, porque poderia reunir o apoio dos cardeais latino-americanos.
O sucessor de João Paulo II, diziam os americanos, “deve ter experiência pastoral, experiência internacional para abordar as principais questões da nossa época e ser um bom comunicador, com hábil uso dos novos meios electrónicos para transmitir a mensagem da Igreja de modo claro e poderoso”. Em suma, acrescento eu, um Obama católico.
A eleição de Ratzinger é recebida como um “shock”. Os relatórios enviados para os EUA dizem que a “eleição foi surpresa para muitos” (e é bem sabido que sim), que se tratava de um “guardião da ortodoxia teológica” (e é - pelo menos se tivermos em conta o passado na Congregação para a Doutrina da Fé). Quanto ao prognóstico, dizia: “Vai seguir a sua rota, o seu trabalho centrar-se-á na Europa e talvez seja uma figura de transição”.
Uma vez eleito o Papa, os relatórios, a julgar pelas expressões acima transcritas, diziam exactamente o que circulava nos meios católicos europeus, inclusive quanto à questão transição.
Sem comentários:
Enviar um comentário