Lido no "Público" de sábado, 9 de Outubro:
No mesmo dia [quinta, 7 de Outubro, na feira de Frankfurt], foi homenageado Jonathan Franzen, no restaurante Orfeo's Erben.
Franzen está na feira a lançar Freedom, o romance mais falado dos últimos tempos - e que foi a leitura de Obama nas suas férias. Apesar do ar tímido, estava bem-disposto a receber os seus editores de todo o mundo, uns atrás dos outros. Conversas de cinco minutos, conversas de circunstância.
Freedom irá ser publicado no próximo ano pelas Publicações Dom Quixote e Cecília Andrade, a sua editora portuguesa, foi até ao cocktail de homenagem convencer o autor de Correcções a ir a Lisboa em Março para promover o livro. Por trás dos seus óculos, Franzen pareceu animado com a ideia porque em Portugal, disse, há pássaros muito bonitos. Quis saber como estaria o tempo.
Ontem, à hora de almoço, foi ele a atracção da feira no programa de livros Blue Sofa. Fez um grande esforço e falou em alemão (já viveu em Berlim). De vez em quando saía-lhe uma frase em inglês que logo era traduzida por uma voz que ecoava em toda a sala. Ele achou graça. Começou a brincar e a dizer que aquela era a voz de um Deus muito particular, "um excelente canal para os seus pensamentos". É que, do sítio onde estava sentado, Franzen não conseguia ver a cabina onde o tradutor estava enfiado.
A determinada altura, o tradutor calou-se porque alguém o foi chamar para entrar de surpresa no palco. Jonathan Franzen voltou a falar em inglês e não ouviu o eco da voz de "Deus em alemão". Levou a mão à orelha: "Deus? Adormeceu?!", perguntou para a plateia. "Onde estás Deus?", continuou a rir-se muito divertido. No final, desiludiu os leitores alemães, não aparecendo para dar os tradicionais autógrafos.
Retirado daqui.
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