O Instituto para as Obras Religiosas (IOR), o Banco do Vaticano, está sob investigação das autoridades italianas devido a dois movimentos de dinheiro sem indicação dos titulares das contas e tidos como suspeitos. Ettore Gotti Tedeschi, o chefe do IOR, foi professor de Ética da Universidade Católica de Milão e é autor do livro “Denaro e paradiso. I cattolici e l’economia globale” (“Dinheiro e paraíso. Os católicos e a economia global”). Um alvo apetecível para quem quiser apontar o dedo.
Tido como liberal e próximo do Opus Dei, homem de confiança de Bento XVI, Gotti Tedeschi está à frente do Banco do Vaticano há cerca de um ano para arrumar a casa, porque, no passado – e ninguém tem dúvidas – as coisas não eram nada claras, por vezes por incompetência e velhos hábitos, mas também por fuga efectiva às melhores e mais transparentes práticas, ainda que com pias intenções como fosse a ajuda a organizações cristãs do Leste da Europa ou da América Latina contra o marxismo (faltou ajudar as outras contra as ditaduras de direita).
O livro referido, na sua reedição recente, começa com um “apaixonado prefácio do cardeal Tarcisio Bertone" e conclui com um amplo capítulo dedicado a análise da “Caritas in veritate”.
Que as suspeitas tenham surgido após a visita ao Reino Unido, quando Ettore Gotti Tedeschi (estranho nome: “Gotti”, tem raiz em “Deus”, e “tedeschi” não quer dizer “alemães”?), um homem da confiança do Papa alemão, tem feito um trabalho notável à frente do IOR, leva a pensar no que já tem sido adiantado mais à boca fechada do que às claras: mais uma tentativa para atingir Bento XVI.
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