O “Pai-Nosso” e os nossos pais
Projectamos as vivências que tivemos com os nossos pais na imagem que fazemos de Deus. Um padre contou-me que, nos seus sermões, costumava falar sempre do Deus misericordioso. Estava convencido disso a nível teológico. No entanto, como tinha a percepção de que o seu pai alcoólico era uma pessoa despótica, esta experiência invadia sempre secretamente a imagem que ele tinha de Deus. Apesar daquilo que pregava, tinha por vezes a sensação de que não se podia confiar em Deus, que Ele era despótico e que estragava os planos das pessoas.
Outros há que estão fascinados pelo Deus carinhoso que Jesus nos anuncia. Mas a experiência da ausência da própria mãe faz com que seja difícil para eles acreditarem nisso.
A questão está em saber se a imagem que temos de Deus é determinada pela vivência que temos ou tivemos com o nosso pai e a nossa mãe. Nesse caso, todos aqueles que não têm boas experiências com o pai e com a mãe também sairiam prejudicados no seu percurso espiritual.
Anselm Grün, O Pai-Nosso. Uma ajuda para uma vida autêntica, ed. Paulinas, pág. 21-22.
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