sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A imoralidade de crer em Deus


Philip Pullman

Numa crítica a um livro de Philip Pullman sobre Jesus Cristo (o título do livro é “The Good Man Jesus and the Scoundrel Christ”, que poderá ser traduzido por algo como “O bom homem Jesus e o patife Cristo”) dei com uma boa síntese de uma facções do novo ateísmo que por aí grassa.

Mas antes, três palavras sobre o britânico Philip Pullman. Quanto ao livro em questão, o título diz tudo. Jesus era uma boa pessoa, mas Cristo é o mau da fita. Havia dois. A segunda: Philip Pullman é um autor de literatura infantil de algum sucesso. Mas alguns adultos apreciam-no mais. Os seus livros, mesmos os infantis, são explicitamente ateístas e anti-Igreja. Ele diz apenas que são anti-autoridade. A terceira. Este escritor é o co-autor do guião de “A Bússola Dourada” (e autor da obra que está na origem do argumento), uma megaprodução com Nicole Kidman e Daniel Graig que se revelou um fiasco nas bilheteiras. Quando o filme estreou, em 2007, diversas vozes católicas acusaram-no de ser anticatólico. Principalmente nos EUA.

E a agora a síntese do novo ateísmo: “O ateísmo contemporâneo tem um notável tom moral que afirma algo como isto: o universo é o que é e faz e nada mais. Visto que não há uma boa razão para acreditar em «algo mais», é imoral acreditar em Deus. A história de Jesus é uma história que não nos dá razões suficientes para acreditar que seja mais do que apenas uma história. Consequentemente, a fé cristã também é imoral. A “Igreja”, mantida principalmente graças à ignorância da verdade e ao desrespeito pela humanidade, é uma instituição imoral”.

Li a crítica ao livro de Philip Pullman no sítio dos jesuítas ingleses, aqui.

1 comentário:

Unknown disse...

Suponho que o incómodo insuportável que Jesus enquanto Cristo provoca a esta gente seja a mensagem e exemplo de que sem humildade a essência das coisas nos está ocultada. E se o caminho proposto por Cristo não me parece diferente do ensinamento do Zen, tem como bónus a Divindade do Mestre. Ora o que eu percebi com as seitas satânicas que tive à perna e levaram à minha conversão, o que realmente a eles os chateia e eles fazem questão de negar, é essa Divindade de Cristo. Suponho que porque Esta nos permite beneficiar da graça do perdão dos nossos erros e desvios e por isso da "prise" do revoltadito. E a mim parece-me que o problema subjacente a este tipo de atitude é o orgulho. E o orgulho parece-me estar muito ligado ao narcisismo e por isso ser um típico problema da fase anal. Sabe que o grande Mestre de Aikido e ioga George Stobbaerts dizia que "quem não respira bem não pensa bem". Ora a nossa história de vida tem tendência a levar-nos a bloqueios do diafragma que nos reduz a inspiração e desloca o centro do corpo para cima deixando de ter literalmente os pés no chão. E sendo assim, valerá muito a pena ouví-los?
Teresa Martins

Muito obrigada pelo seu blogue, é interessantíssimo e com raciocínios muito estruturados. Não sei se o meu poderá fazer algum sentido

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