No "Público" de hoje vinha a história de Zé Borrego, provavelmente o único "serial killer" português.
"Zé Borrego, homem de grande compleição física, de grande fé e igualmente dotado de uma grande dose de crendice, deixou um dia as serranias da Beira Baixa e rumou a Lisboa. Agia, conforme confessou mais tarde ao agente da Judiciária responsável pelo seu caso, mandado por Nossa Senhora. A sua missão, nas ruas de Lisboa, era acabar com o pecado".
Zé Borrego seduzia homossexuais masculinos, levava-os para quartos de pensões e estrangulava-os. Fez cinco vítimas. Depois esquartejava-as, meti-as em sacos de plásticos e espalhava-os junto a linhas de água.
"Após semanas de investigações a polícia chegou a Zé Borrego, que depressa confessou e justificou os crimes".
Na prisão, ganha confiança com um agente da Judiciária. "O homem a quem Nossa Senhora ordenou um dia que descesse a Lisboa para acabar com a homossexualidade masculina passou a ter no polícia um amigo, que escutava as suas razões e não as reprimia a murro e pontapé. É que, na Penitenciária, os seus crimes já lhe haviam merecido algumas surras".
Zé Borrego acaba por dizer ao polícia que tem ainda de matar mais duas pessoas. Desta feita já não são homossexuais. São dois guardas prisionais que o terão espancado em diversas ocasiões. O agente da Judiciária pede-lhe um favor: que não mate mais ninguém. A honra não é palavra vã para Zé Borrego, que aceita o pedido do polícia, mas para poupar a vida aos guardas tem de acabar com a sua.
"Na manhã seguinte é encontrado morto na cela, pendurado pelo pescoço".
Li esta história com 50 anos, horrível mas com um toque humano, a amizade entre o agente o assassino, aqui. Não sei se o sr. tinha "grande fé", como escreve José Bento Amaro, que assina o texto. Tinha, certamente, uma fé errada.
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