No "Público" de hoje, mais um texto sobre o P.e Fortea e “Satã, Diabo, Belzebu, Lilit, Asmodeu, Sátiro, Demónio, Belial ou Beliar, Apolion, Lúcifer”. Pode ser lido aqui. Mas como daqui a algum tempo pode deixar de estar on-line, deixo cópia da edição em papel.
A certeza com que alguns especialistas falam do demónio/diabo, como este padre espanhol, permite fazer do demónio/diabo um argumento para a existência de Deus. Com efeito, o demónio/diabo é um ser sobrenatural. Se existe – e para alguns parece tão evidente que sim –, existe o sobrenatural. E não podendo existir separado de Deus, Deus tem de existir. E assim o demónio/diabo torna-se numa afirmação fácil da existência de Deus, o que muito lhe (ao demónio/diabo) deve desgostar.
Penso que o P.e Fortea, como todos os exorcistas, estão enganados. Não digo que o que fazem não tenha bons efeitos. Com certeza que terá. Mas não é o diabo que expulsam. Claro que existe o mal. Mas o mal não precisa do diabo para existir. Geralmente basta a responsabilidade humana. A grande artimanha do diabo está em, não existindo, conseguir convencer alguns da sua existência. E isso é que pode ser diabólico.
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