Hoje é dia do Portugal-Brasil ou Brasil-Portugal, não sei bem. Se os jogos entre nações são um sucedâneo vantajoso das batalhas medievais (Paul Auster dixit: “Os europeus descobriram a maneira de se odiarem uns aos outros, sem por isso terem que se despedaçar à dentada. Este milagre tem o nome de futebol”), faz algum sentido que se continue a invocar as forças do Alto. Na Idade Média, cá por estes lados, era São Tiago contra São Jorge.
Dizem que a equipa portuguesa tem Nossa Senhora de Fátima. Alguém ofereceu uma ou umas imagens a Carlos Queirós. A equipa do Brasil tem, como é óbvio, Deus, que, como é quase universalmente reconhecido, é de nacionalidade brasileira. Deus vs Mãe de Deus. Hoje é capaz de dar empate. Mas sabemos do poder da Mãe de Deus. Todo o bom católico sabe das fraquezas do coração de Deus perante os pedidos da Mãe. Desde as Bodas de Caná que assim é.
No jogo anterior do Brasil, contra a Costa do Marfim, apesar da fé de Drogba, que é cristão, mas não sei de que confissão, Deus esteve do lado do Brasil. Pelo menos assim disse Juliana Clemente, 28 anos, mulher de Luís Fabiano: “Na hora certa Deus foi lá e abençoou” (Folha de S. Paulo, 22-06-2010). Abençoou duas vezes. O ex-jogador do FCP marcou dois golos. Quem irá Deus hoje abençoar?
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