quarta-feira, 23 de junho de 2010

Padre António Vieira e a relação dos portugueses com as horas

Li na Estação Cronográfica um texto sobre uma certa relação entre o tempo e a religião.

No início do séc. XVIII, Soror Maria do Céu, em Avés Ilustrados, comparava: “Um mosteiro sem união é como um relógio desconcertado, tudo é tempo confuso, horas perdidas, cordas quebradas; uma congregação de religiosas é um retrato do Céu, se tem paz; e é um bosquejo do Inferno, se a não tem”.

O texto começa com uma citação do "imperador" da língua portuguesa.

No séc. XVII, o padre António Vieira lamenta-se nas suas Cartas de uma característica portuguesa que, porventura, hoje se manterá: “Já eu noutro melhor tempo me queixava de que a nossa nau não fazia viagem, por serem muitos os timoneiros e cada um na sua ampulheta seguir diferente rumo”.

Esta citação faz-me lembrar uma outra do mesmo António Vieira. Dizia ele, mas não sei localizar em que sermão, que Santo António (seria no "Sermão de Santo António aos peixes"?) tinha um duplo mérito. Primeiro, conseguia estar em dois locais ao mesmo tempo. Depois, sendo português, não se atrasava. Este segundo mérito sem dúvida que não era menor do que o primeiro.

2 comentários:

Fernando Correia de Oliveira disse...

tenho que ir à procura dessa citação de Vieira sobre Santo António, não conhecia

Fernando Correia de Oliveira disse...

combinado

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...