Há uma anedota que diz:
- O que é que um Papa diz ao outro?
- Nada. Só existe um Papa de cada vez.
Mas houve um tempo em que havia dois papas. E a seguir a 26 de Junho de 1409, houve três.
O Concílio de Pisa reuniu em 1409 para resolver o Cisma do Ocidente. A ideia era simples. Adeptos do Papa em Avinhão, Bento XIII (hoje considerado antipapa), e do Papa em Roma, Gregório XII, concordavam em eleger um novo Papa que acabasse com o triste espectáculo da divisão de obediências.
O cardeal Philarghi, de origens humildes, educado por um frade capuchinho, liderou o processo. Pregou o sermão de abertura do Concílio, em Março de 1409, condenou o cisma que a divisão representava e acabou por ser a escolha unânime dos cardeais. É eleito Papa no dia 26 de Junho de 1409. Alexandre V.
Acontece que a seguir nem Bento XIII nem Gregório XII desistem das reivindicações e dão o dito por não dito. Volta tudo atrás. Ainda pior. Agora há três papas. A cristandade não sabe a quem ser fiel.
Alexandre V morre no dia 3 de Maio de 1410, sem a questão ficar resolvida. E nunca ficou bem claro que este papa é legítimo ou não. Legítimo era Gregório XII, que parece ter abdicado, mas depois disse que não. Para todos os efeitos, o retrato de Alexandre V está nos muros da Basílica de São Paulo Extra-Muros. E o célebre Rodrigo Bórgia, um século depois, ao escolher o nome Alexandre V, assumiu que o anterior foi Papa. Mas também há quem o coloque na lista dos antipapas.
O Cisma, esse, terminaria somente em 1417, com Martinho V.
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