Ralf Dahrendorf morreu no dia 17 de Junho de 2009, em Colónia, Alemanha, embora tivesse vivido na Inglaterra a maior parte dos seus dias desde 1974, onde dirigiu a London School of Economics e integrou a câmara alta do Parlamento.
Nascido a 1 de Maio de 1929, em Hamburgo, no seio de uma família luterana, recebeu, como o seu irmão Frank, um nome que se escreve da mesma maneira em inglês porque os seus pais eram anglófilos.
Ainda em jovem, Dahrendorf sofreu a perseguição nazista e, a seguir, de modo indirecto, a comunista, na Alemanha de Leste, porque o seu pai não era favorável à fusão do Partido Social-Democrata (que vinha dos tempos de Weimar) com o Partido Comunista.
As experiências de totalitarismo nazista e comunista fizeram de Dahrendorf um defensor acérrimo da liberdade e da democracia.
Quando morreu, o “Público” escreveu (aqui):
“Numa conversa com Harry Kreisler, da Universidade de Berkeley, em 1988, sintetiza a essência do seu pensamento filosófico: «Sou kantiano, ou se preferem popperiano [Karl Popper, de quem foi discípulo] no sentido em que, para mim, um dos aspectos fundamentais da vida humana é que o homem não pode responder a todas as perguntas. Vivemos numa condição fundamental de incerteza e isso deriva do facto de nenhum homem ser Deus».
Veio muitas vezes a Portugal. Convidado em 1997 por Mário Soares para proferir uma das conferências sobre A Invenção Democrática, avisou para a absoluta necessidade de criar “um desenvolvimento socialmente sustentável”.
Nunca deu grande importância a rótulos. No prefácio à obra Ensaios sobre a Liberdade (Gradiva) escreve: “Escolhi a palavra liberalismo para descrever uma possível agenda para o futuro, mas não dou muito valor a terminologias. Ela tem a ver com o reforço das oportunidades de vida dos indivíduos”.
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