sábado, 29 de maio de 2010

Como Chesterton ajudava a fazer e vender jornais dos outros


Chesterton travou em 1903-04 uma polémica com Robert Blatchford (1851-1943, um jornalista socialista que no final da vida se torna conservador), porque este escrevera um livro nacionalista intitulado “Deus e o meu próximo”.
Como editor do jornal “Clarion”, Blatchford abriu as páginas do jornal para os que dele discordavam. Os textos do grupo liderado por Chesterton foram publicados num volume intitulado “As Dúvidas da Democracia”. Mas os textos de Chesterton foram depois reunidos e publicados, pela Ignatius Press, sob o título “Controvérsias com Blatchford”. Há um delicioso trecho em “Hereges” em que Chesterton se refere à controvérsia dizendo: “... o Sr. Blatchford, que começou uma campanha contra o cristianismo e mesmo sendo advertido por muitos que isso arruinaria seu jornal, continuou por causa de um meritório sentido de responsabilidade intelectual. Descobriu, contudo, que enquanto chocava indubitavelmente os seus leitores, o seu jornal muito prosperava. Passou a ser comprado – primeiramente, por todos que concordavam com ele e o queriam ler; depois, por todos que discordavam dele e queriam escrever-lhe cartas. Tais cartas eram volumosas (eu ajudei, fico feliz em dizer, a engordar o jornal) e eram geralmente publicadas quase sem cortes. A grande máxima do jornalismo foi assim acidentalmente descoberta (como aconteceu com a máquina a vapor): que se um editor conseguir enfurecer as pessoas suficientemente, elas escreverão, de graça, metade do jornal”.
Adaptado do Blogue do Angueth.

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