Sem ter a ver com a visita a Portugal, ao contrário das outras capas que aqui recolhi, a "Courrier internacional" dedicou a capa de Maio a Bento XVI por causa do escândalo da pedofilia. A revista contém apenas quatro artigos relevantes sobre a polémica.
Laurie Goodstein, em "Crime sem castigo", no "New York Times" (epicentro da oposição a Bento XVI) de 25 de Março de 2010, escreve sobre as "manobras" do cardeal Joseph Ratzinger "para abafar um assunto incómodo". Pouco convincente.
Marina Hyde, em "Nem Dan Brown inventaria uma conspiração assim", no "Guardian" de 27 de Março de 2010, diz que a conspiração que cardeal Saraiva Martins afirma existir contra a Igreja (afirmou o cardeal português: "Há um plano bem organizado, com um objectivo claro") tem o seguinte sentido (e cito a jornalista): "uma organização misteriosa delegou em inumeráveis padres o abuso de inumeráveis crianças ao longo de décadas (para não dizer ao longo dos séculos)". Não sei onde é que a jornalista foi inventar isto. Se não foi em Dan Brown, terá sido no Harry Potter?
Matthias Heine, com o texto "Nova Inquisição precisa-se!", no "Die Welt" de 03 de Março de 2010, defende a existência de um tribunal firme para salvar a Igreja católica "de uma das mais graves crises internas dos últimos séculos". O jornalista é protestante. Curioso e sincero.
Sinéad O'Connor, sim, a cantora careca, em "Os católicos deveriam boicotar a missa", no "Washington Post" de 28 de Março de 2010, diz que os irlandeses "merecem melhor do que as desculpas do Papa". Sociologicamente informativo. Um exemplo. Sabia que, na Irlanda, quando alguém comete um erro, em vez de se dizer "ninguém é perfeito", diz-se "até a um bispo isso podia acontecer"? Diz-se, não. Dizia-se.
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