O sr. Belarmino apresenta-se na sacristia para preencher o lugar de sacristão. O conselho económico da paróquia dá parecer positivo e o sr. Belarmino assina o contrato. Porque não sabe ler, assina de cruz. O padre e o conselho dizem então que não é possível contratá-lo, que tem de saber ler, ao menos para não trocar os livros da missa.
Desiludido e sem saber o que fazer da vida, o sr. Belarmino começa a vender mercearias de porta em porta. A coisa corre bem e compra uma carrinha. A coisa correr bem e abre um estabelecimento e contrata empregados. A coisa corre bem, compra uma frota e abre sucursais. O negócio expande-se, internacionaliza-se, e o sr. Belarmino um dia é homenageado publicamente, já que é o "rei do retalho" ("rei do varejo", no Brasil) e, entretanto, tornou-se um conhecido filantropo. A capital do país dá-lhe as chaves da cidade e pede-lhe que assine o livro de honra. O sr. Belarmino assina de cruz.
- Como é possível? O sr. não sabe escrever?, pergunta-lhe o presidente da câmara.
- É como vê.
- E mesmo assim conseguiu montar um negócio magnífico. Já pensou no que poderia ter sido a sua vida de soubesse escrever?
- Já! Seria o sacristão da minha aldeia natal.
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