segunda-feira, 3 de maio de 2010

3 de Maio de 1491. O rei do Congo é baptizado por missionários portugueses

Levantamento de um Padrão da foz do Zaire por Diogo Cão. Painel de Sousa Lopes no Salão Nobre da Assembleia da República

No dia 3 de Maio de 1491, missionários portugueses baptizam o rei Nzinga Ntinu, que assume o nome de D. João I. Em Portugal governava D. João II. Digo Cão havia chegado à foz do Zaire em 1482.

O rei congolês fez baptizar o filho Mbemba a Nzinga, que tomou o nome de Afonso, e durante vários anos apoiou a difusão do cristianismo. No entanto, a pouco e pouco regressou ao paganismo. Afonso, ao contrário de um seu irmão que nunca se baptizou, permaneceu fiel à religião dos europeus.

Em 1798, Fr. Raimundo de Dicomano, missionário franciscano capuchinho, italiano, escreveu, num relatório dirigido a Miguel António de Melo, Governador, e Capitão-Mor do Reino de Angola:

“Contam os historiadores que em tempos antigos floresceu no Congo a Religião Católica. Sua Majestade Fidelíssima, o Rei D. João II de Portugal, de feliz memória, foi o primeiro que a introduziu naquele vasto Reino, enviando, no ano de 1492, Missionários da Europa, que, chegados ao Rio Zaire, desembarcaram no Principado do Soio, e dali passaram para o Congo. Afonso, filho de D. João, o primeiro Rei do Congo que recebeu o Baptismo, deu muitíssimas provas do seu grande zelo e amor pela Religião, e pela propagação do Evangelho de Jesus Cristo. Logo que recebeu o Baptismo, e foi instruído nas verdades da Religião, mandou destruir os ídolos, exilou os Bruxos e os Feiticeiros, e proibiu todas as superstições, e chegou tão longe o seu zelo, que enterrou viva sua Mãe por esta não querer abandonar a idolatria.

Ele próprio andava a instruir os seus povos nas verdades mais importantes da Religião Cristã, e ajudou de tal modo os Missionários, que em pouco tempo aquele grande Reino se tornou Cristão; mas hoje em dia, as coisas mudaram totalmente de figura, porque a Religião, que agora se encontra pelo Congo, não é senão pura aparência, e apenas se vê um ou outro vestígio de Cristianismo e de Religião".

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