Túmulo de Abelardo e Heloísa, em Paris. Separados em vida, juntaram-nos em 1817
Heloísa de Paráclito, freira francesa que antes de entrar para o convento foi amante de Pedro Abelardo, morreu no dia 16 de Maio de 1164.
Heloísa terá nascido por volta de 1101, em Paris. Servia o seu tio, o padre Fulbert, um dos cónegos de Notre-Dame, quando teve Abelardo por professor. Heloísa sabia latim, grego e hebraico e conhecia os clássicos. Apaixonaram-se, tiveram um filho (chamado Astrolábio) e casaram em segredo (algo perfeitamente possível, num tempo em que o casamento ainda não estava ritualizado). Porém, como Abelardo queria seguir a carreira a académica, sucederam-se uma série de implicações que terminam com a castração de Abelardo, que se torna beneditino, e o enclausuramento de Heloísa. Métodos radicais.
Depois de separados, continuaram a trocar correspondência, mesmo sem nunca mais se terem visto. Há quem diga que é este o amor trágico mais celebrado de sempre. Ao contrário de Tristão & Isolda e de Romeu & Julieta, é real.
Heloísa sempre gostou de Abelardo. Desabafa na correspondência, embora tratem de questões filosóficas e teológicas. Já Abelardo, embora gostasse dela, era mais calculista e entrou para a história da Filosofia e do ensino como um dos primeiros escolásticos. O seu modo de ensino, com base nas disputationes, discussão de teses, está na origem do ensino universitário. Teve grande influência na criação da Universidade de Paris.
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