Um extraordinário poema, aqui numa versão incompleta, encontrado no meio de um texto sobre a globalização. Para quem tem uma visão cristã do mundo.
Por Ele marcharam os passos dos legionários,
As velas dos barcos por Ele se tinham estendido
Por ele os grandes barcos de Outono tinham luzido,
Por ele se dobraram as velas nos estuários.
(…)
Os passos de Dário tinham marchado por Ele,
Era por Ele que esperavam no fundo da Pérsia,
Era por Ele que esperavam numa alma dispersa,
Ele é o Senhor de ontem e de hoje.
E os passos de Alexandre por Ele tinham marchado
Do palácio paternal às margens do Eufrates.
E por Ele o último sol tinha luzido
Sobre a morte de Aristóteles e a morte de Sócrates.
(…)
As regras de Aristóteles tinham marchado por Ele
Do cavalo de Alexandre às épocas escolásticas.
E o ascetismo e a regra luziram por Ele
Das regras de Epicuro até às regras monásticas.
Charles Péguy. Excerto de “A Tapeçaria de Eva” (1913)
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