sábado, 10 de abril de 2010

Métodos adequados e a evitar para ler a Bíblia

A interpretação da Bíblia nunca foi assunto consensual. Os cristãos não duvidam que é um livro inspirado. É “Palavra de Deus” e esta é a grande óptica de leitura, em qualquer época da história. Mas mesmo entre os que dizem que é Palavra de Deus, a interpretação da Bíblia deu azo às maiores divisões.

Interpretações comunitárias e individuais, literais e simbólicas, históricas e míticas tanto mostraram o baú sem fundo de onde se retiram o tesouro que é a mensagem bíblica como provocaram as guerras e divisões que o movimento ecuménico ainda não conseguiu reparar.

A Bíblia também pode ser lida sem os óculos da fé, como literatura humana que também é. Pode ser lida e estudada como simples busca humana do divino, como literatura oriental, como depósito de tradições orais… É possível um sem número de olhares profanos sobre a Bíblia. Mais do que legítimos. A Caminho publicou há anos um livro que se intitulava “Uma leitura laica da Bíblia” e que em nada se confundia com o superficial literalismo saramaguiano.

Este “Dá-me dessa água” quer ensinar a ler a Bíblia. Apresenta métodos usados ao longo da história (aí se pode ver como a recusa da interpretação literal para certos textos sempre fez parte do património cristão), aborda os métodos científicos (cap. V) e métodos pastorais (cap. VI) e aponta “pecados” de alguns tipos de leitura: as leituras fundamentalista, apologética, intimista, esotérica, reducionista, materialista e espiritualista.

Dá-se dessa água. Métodos para ler a Bíblia
Herculano Alves
Gráfica de Coimbra 2 / Difusora Bíblica
344 páginas

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